Cantor de forró é preso antes de show por não pagar pensão alimentícia
Andrezim de Ouro, ex-integrante do Forró Pé de Ouro, tem dois processos em aberto, em Fortaleza e em Caucaia; cantor alega sofrer "injustiça" e que renda reduziu na pandemia
O cantor Andrezim de Ouro, ex-integrante da banda Forró Pé de Ouro, foi preso na noite dessa sexta-feira, 9, no bairro Antônio Bezerra, em Fortaleza. Ele foi detido enquanto passava o som para realização de um show, por não pagamento de pensões alimentícias.
Em seu perfil no Instagram, o cantor publicou um vídeo no qual alega estar "sofrendo injustiça". Segundo ele, o valor das pensões, relativas a dois filhos de relacionamentos anteriores, não foi reajustado levando em conta a redução que sofreu na renda.
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AssineO artista alega que os valores foram acordados quando ele recebia "um salário exorbitante" como vocalista do Forró Pé de Ouro. Após a saída da banda, o cachê teria sido reduzido em sua carreira solo, mas as pensões seguiam levando em conta o salário da banda.
Os valores são de 1,5 salário mínimo (cerca de R$ 1,9 mil) em um dos casos, no fórum de Caucaia, e um salário mínimo (R$ 1.212) em outro, em Fortaleza. Além das duas crianças, o cantor tem um filho de dois anos no relacionamento atual.
O show que ele realizaria quando foi preso seria, segundo o artista, exatamente para pagar valores atrasados em um dos acordos. Os policiais não permitiram que ele seguisse com a apresentação.
O cantor afirma que, durante a pandemia, chegou a vender máscaras para ter alguma renda, por não poder realizar apresentações. Ele também foi infectado pela Covid-19, e chegou a ser internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por causa da doença.
No período, as pensões deixaram de ser pagas, acumulando dívidas de mais de R$ 3 mil por mês. Em entrevista a O POVO, a esposa do cantor afirmou que, até o começo de 2021, a única renda fixa do casal era o auxílio emergencial, de R$ 600. Apesar disso, a última audiência de revisão do valor foi cerca de cinco anos atrás.
À época, o valor passou de sete salários mínimos para 1,5 salário mínimo. No período, o cantor teria precisado vender casa e carro para bancar a dívida. Ao todo, foram decretadas quatro prisões do artista, sem mudança nos valores das pensões.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que cumpriu o mandado de prisão. Segundo o órgão, o cantor foi encaminhado à delegacia do 10º Distrito Policial, e se encontra à disposição da Justiça.