À espera de recuperação, Parque Rio Branco recebe evento de poesias

A manhã do domingo foi de leitura de poemas de autores favoritos e autorais, além de música ao vivo e conversa sobre a importância do parque. Equipamento da Prefeitura está em situação de abandono e aguarda requalificação anunciada em junho deste ano

Uma oportunidade de se encontrar com pessoas que gostam não só de ler, mas também de escrever poesias, com a vantagem de ser em um ambiente repleto de árvores, ainda que a poucos metros de uma movimentada avenida da capital. Esta foi a premissa do 1º Semear Poético, sarau que reuniu cerca de 40 pessoas na manhã do domingo, 28, no Parque Rio Branco.

À beira da avenida Pontes Vieira, o som dos carros deu lugar às vozes que declamaram poesias na roda aberta em meio ao verde. “A ideia é reunir, aos domingos pela manhã, pessoas que gostem do meio ambiente e da poesia, para que elas possam ler e comentar as obras. Neste primeiro encontro, a temática foi a natureza, em homenagem ao parque, mas vamos diversificar em outros encontros”, explicou Hermínia Lima, poetisa e professora de Literatura, a qual, junto com Luíza Vaz, coordenadora do Movimento Proparque, idealizou o evento. O Semear Poético tem o objetivo de ser bimestral.

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“Quanto mais a gente impermeabiliza, degrada, agride e polui o Parque Rio Branco, menos poesia vai sair dele. Eu sou cientista e sigo estudando a natureza, mas passados alguns anos de estudo, percebi que só mesmo a poesia para dar conta da riqueza que é a Mãe Terra e a Ecologia”, destacou o biólogo e vereador Gabriel Aguiar (Psol), presente no evento.

Sobre o atual estado do parque, O POVO verificou que o equipamento que está sob responsabilidade da Secretaria do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) teve as grades furtadas (situação que é a mesma desde janeiro, quando a reportagem esteve no local) e acumula lixo e folhas secas. “Sobre as folhas, pedimos que a Prefeitura as mantivessem, porque funcionam como adubo. No entanto, seria preciso fechar o parque após as 22h para evitar o consumo de drogas no local e o risco de incêndios causados pelos usuários”, pontua o jornalista Ademir Costa, do Proparque.

“É urgente, em primeiro lugar, que a Prefeitura entregue o plano de manejo (documento que especifica as atividades a serem desenvolvidas no local). Também precisamos proteger as três nascentes que existem aqui, pois sem elas, o parque não vai mais ser uma Zona de Preservação Ambiental. E terceiro, tem a questão da segurança 24 horas, que inexiste”, completou.

Por meio de nota, a Seuma afirmou que “a requalificação do Parque Rio Branco, situado no bairro São João do Tauape, encontra-se na etapa de ato preparatório para licitar. O projeto, que acatou sugestões de usuários, prevê a preservação dos recursos naturais e melhorias em acessos, passeios, equipamentos e mobiliário, valorizando este importante refúgio verde da cidade. Além da requalificação, o espaço ganhará um plano de manejo, assim como todos os 24 parques urbanos de Fortaleza, respeitando os trâmites necessários em um processo licitatório. A preservação do Parque Rio Branco faz parte de uma política ambiental sólida e pautada na preservação dos nossos recursos naturais”.

A nota continua: “Quanto à manutenção, a Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger), por meio da Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (Urbfor), realiza, de segunda a sexta-feira, ações de manutenção no Parque Rio Branco, envolvendo varrição, capina e podas nas árvores. Já a Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), por meio da Inspetoria de Proteção Ambiental (IPAM), realiza diariamente rondas a pé e permanências no Parque Rio Branco".

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