Caminhada com Maria ocorre de forma virtual pelo terceiro ano consecutivo

Fiéis buscam formas diferentes de comemorar o dia de Nossa Senhora da Assunção, padroeira de Fortaleza

Devotos da Virgem Maria comemoram o dia de Nossa Senhora da Assunção nesta segunda-feira, 15, por meio de celebração online. A tradicional Caminhada com Maria, promovida no dia da padroeira de Fortaleza, ocorre pelo terceiro ano seguido de forma virtual. Os festejos presenciais foram suspensos devido à pandemia de Covid-19 desde 2020.

A transmissão ocorre por meio do canal do YouTube da Arquidiocese de Fortaleza. Com banda, convidados de paróquias da Capital para rezar os mistérios do Santo Rosário e coordenação litúrgica do padre Ivan Sousa, a celebração ocorre diretamente da cripta da Catedral Metropolitana de Fortaleza, no bairro Centro.

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“A decisão de fazermos no mesmo formato dos últimos dois anos foi do nosso arcebispo. Ele visita a diocese inteira e, mesmo vendo o crescimento do número de vacinados, ele percebe ainda muitos idosos, e até mesmo agentes das pastorais, que são infectados pela covid e estão tendo reações muito difíceis, por mais que não tenhamos mortos”, explica o padre Watson Façanha, coordenador de pastoral da arquidiocese.

Para o padre, a intenção foi não fazer da Caminhada com Maria “mais um polo de possibilidade de disseminação do vírus”. Com a programação desta segunda, padre Watson afirma que os devotos serão levados a meditar sobre a vida de Jesus e sobre pôr “a vontade do Pai em prática juntos”.

Fiéis encontram diferentes formas de participar da celebração

Três jovens da paróquia Santo Antônio de Pádua, do Jardim Iracema, foram alguns dos convidados a participar da transmissão rezando o terço dos mistérios, uma das partes importantes da celebração. A estudante Stephanie de Sousa Gomes, 19, conta que não havia participado ainda das gravações do festejo, apesar de ser frequentadora da caminhada. “Foi muito legal, eu gostei bastante.

Além de Stephanie, os professores Guilherme Alves, 26, e Beatriz Rodrigues, 28, admitiram sentir falta do momento presencial. “O bonito nesse dia é ver a igreja de Fortaleza toda reunida, todo mundo vai, todas as paróquias estão participando. Então a gente vê não só a nossa região ali, todos juntos caminhando com Maria”, diz Guilherme. A união ainda é percebida virtualmente, mas não é a mesma coisa. “Não é a proporção que a gente gostaria que fosse, mas a gente ainda vê essa celebração de Fortaleza.”

Mônica Gomes, 53, e a filha Ilana Maria Gomes, 34, assistiram a transmissão ao vivo de casa
Mônica Gomes, 53, e a filha Ilana Maria Gomes, 34, assistiram a transmissão ao vivo de casa (Foto: Arquivo Pessoal)

Já Mônica da Silva Gomes, 53, ficou em casa com a filha, Iliana Maria da Silva Gomes, 34, assistindo a transmissão. Moradoras do bairro Parangaba, Mônica relata que já foi à missa presencialmente nesta segunda-feira pela manhã. “Todo ano a gente vai e participa da missa, depois sai caminhando. Esse ano eu estava tão desolada, porque estou doente de Chikungunya e não poderia participar. Mas no próximo ano estarei aqui para caminhar”, diz.

Mônica afirma que a caminhada “fortalece a fé” e, por isso, sente falta do momento. Para ela, é importante também sair de casa e mostrar as crenças na rua. Enquanto isso não é possível, ela veste sua camisa com a imagem de Nossa Senhora, coloca um terço de contas azuis próximo da TV de casa junto com uma imagem de Maria, José e o menino Jesus, e celebra o dia especial.

No entanto, não são todos os devotos que escolhem esperar pela realização da caminhada oficial. Paulo de Tarso Aguiar Júnior, 48, fez sozinho o percurso da procissão em 2020, 2021 e nesta segunda-feira também, com a imagem da santa nos braços. "Desde a pandemia faço essa caminhada solitária, este ano tenho minha irmã. É um agradecimento, é o mínimo que a gente pode fazer por Ela [Maria], um dia de homenagem, de gratidão. Não é um sacrifício, não é uma penitência", explica.

Padre Watson reconhece que a peregrinação no Nordeste é intensa e ultrapassa qualquer “decisão humana”. “Não é só um caminho idolátrico em que se leva uma imagem, muitas vezes é um agradecimento por uma intercessão da Mãe. Então esse caminho, que é feito individual ou comunitário, presencial ou virtual, é sinal de que o povo de Deus, sendo discípulos de Jesus, quer continuar nos seus passos.”

Paulo de Tarso e a irmã. O devoto carrega estátua de Maria em caminhada individual pelas ruas de Fortaleza desde 2020
Paulo de Tarso e a irmã. O devoto carrega estátua de Maria em caminhada individual pelas ruas de Fortaleza desde 2020 (Foto: Cláudio Ribeiro)

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