Festival Halleluya atrai públicos diversos e caravanas vindas do Interior

Olhos atentos, mãos segurando terços e lábios que se revezavam entre o canto e a oração. É dessa forma que milhares de fiéis se encontravam no terceiro dia da 24º edição do Festival Halleluya, que ocorreu na noite desta sexta-feira, 22. A celebração, promovida pela Comunidade Católica Shalom, ocorre no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), em Fortaleza, e tem atraído, além de um público diverso, caravanas vindas do Interior do Estado.

Crianças, jovens e idosos se misturavam em meio a enorme arena onde o evento está sendo realizado. Com um repertório animado, o DJ Allan foi o responsável por abrir a noite, seguido dos cantores Naldo José e Ana Gabriela.

"É um grande prazer, uma grande honra fazer parte do primeiro Halleluya presencial, depois de muitas telas, de muitas lentes. Eu faço parte da festa que nunca acaba. Somos sementes da eternidade", celebrou o cantor Naldo, para O POVO.

A atração mais esperada da noite era o padre Fábio de Melo. Enquanto aguardavam pela chegada do sacerdote, fiéis ainda podiam comprar em lojas, lanchonetes, e até mesmo se divertirem em uma pista de skate. No local também havia uma unidade do Hemoce, para que os fiéis pudessem realizar doação de sangue.

Dois anos de saudades

Essa edição do Halleluya acontece com um componente especial: a saudade. Isso porque o festival de música estava há dois anos suspenso, ocorrendo apenas de forma virtual, por conta da pandemia de Covid-19.

Quem pôde matar um pouco dessa saudade foi Maria Mendes Dantas, 63. A auxiliar administrativa perdeu as contas de quantas vezes veio ao festival, mas dessa vez confessa que a sensação é diferente.

“É uma sensação de um reencontro, uma expectativa muito grande, de reencontrar os irmãos e de renovar a nossa experiência com Deus. Nada como você tá presencialmente, perto do irmão", desabafa a mulher, que faz parte da comunidade Shalom.

Breno Brito Cruz, 21, também compartilha dessa emoção. Essa é a terceira vez dele no evento e, quando perguntado sobre a importância da celebração presencial, garante: “O ânimo é maior, (a gente) tá no meio das pessoas e vê fisicamente o sorriso”.

Caravanas, o esforço pela fé e um sentimento de renovação

Breno, assim como nos outros anos, veio de caravana. Morador de Fortim, interior do Ceará, o jovem se uniu a outras pessoas da igreja e pegou uma condução para prestigiar o evento.

Essa é uma realidade, aliás, comum de presenciar no evento. Muitas pessoas que moram em lugares mais distantes da capital se unem no esforço para conseguirem assistir a celebração.

Janes Mota, 29, é uma dessas pessoas. Ela veio de Croatá, distrito de São Gonçalo do Amarante. Esse é o décimo ano que a professora vem de caravana para o evento.

"É uma satisfação, primeiro, que a gente tá voltando a uma normalidade que a gente não tinha costume há dois anos. Nós, como cristãos, caminhamos juntos. Nós somos um grupo, não é uma caminhada solitária", desabafa a docente.

Cláudia Machado, 46, também considera importante estar presencialmente junto aos outros fiéis. A professora veio em uma caravana de Itaitinga, junto ao marido, Luciano Bento, 48, e o filho do casal, de dez anos de idade.

“A primeira noite que a gente veio, ficamos muito emocionados. Tudo foi muito forte, foi muito especial. A presença de Deus foi mais forte nesse retorno”, relembra a mulher.

Emocionado, o marido de Cláudia conta que teve um infarto em 2019, ano em que o festival aconteceu presencialmente pela última vez. O retorno para o evento trouxe para ele um duplo sentimento de renovação.

“Quando eu cheguei no primeiro dia foi muito emocionante, porque eu vi o tanto de gente que tinha e muitos que não estão, porque a pandemia levou. (...) Eu podia não tá aqui", desabafa, com os olhos marejados de muitos sentimentos.

Confira imagens do terceiro dia de Halleluya

Confira a programação

Sábado, 23/07: Ana Clara Rocha e Ítalo Poeta, DJ Angelus, Yuri Costa, Davidson Silva, Missionário Shalom, Sopragod e Cosme

Domingo, 24/07: Ticiana de Paula, André Leite, Irmã Ana Paula e Rosa de Saron

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