Homem é condenado a 65 anos de prisão pela morte de ex-companheira e filha de 7 meses

Robert da Silva Pereira ainda ocultou os cadáveres das vítimas. MPCE também divulgou condenações de um outro feminicida e de um grupo acusado de matar um homem em 2013

Robert da Silva Pereira foi condenado a 65 anos e 3 meses de reclusão pelos assassinatos de sua ex-companheira, Luana dos Anjos Sampaio, e de sua filha de apenas sete meses de idade, Maria Louise dos Anjos Sampaio.

O resultado do julgamento foi divulgado na sexta-feira, 1º de julho, no balanço semanal das promotorias do Júri de Fortaleza feito pelo Ministério Público do Estado (MPCE).

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O MPCE ainda divulgou uma outra condenação por feminicídio. Fabiano Bezerra da Costa foi condenado a 28 anos de prisão pela morte de sua companheira, Selma Taís Rodrigues Bezerra.

E também foi divulgada a condenação de quatro homens pelo assassinato de um homem em 2013.

O julgamento e detalhes do crime

O julgamento de Robert da Silva Pereira foi realizado em 21 de junho. O duplo homicídio do qual era acusado ocorreu nos dias 26 e 27 de outubro de 2019, no bairro Sapiranga.

Conforme a acusação, Robert matou Luana a golpes de instrumento contundente (socos e pedaço de madeira), direcionados à cabeça da vítima. 

Ao perceber que ela ainda tinha sinais de vida, ele também passou a enforcá-la com as mãos. Em seguida, Robert foi até o quarto e passou a sufocar até a morte Maria Louise, usando dois travesseiros.

Robert ainda buscou ocultar os dois cadáveres. No caso de Luana, ele chegou a lavar o corpo no banheiro e colocá-lo em um saco plástico.

Luana foi arremessada a uma cacimba, localizada em um terreno baldio, enquanto Maria Louise teve o corpo atirado na Lagoa do Soldado, área de descarte de lixo.

Os locais ficavam a 500 metros um do outro.

Robert confessou o crime na delegacia, após chegar a dizer à família que as vítimas haviam ido para a casa do irmão de Luana.

Em depoimento, ele disse que havia tido uma discussão com a ex-companheira e que, por isso, passou a agredi-la.

Ele afirmou também que Luana o chantageava dizendo que ia embora e que levaria a criança, o que desagradaria os pais dele que eram muito “apegados” a ela.

Já sobre o assassinato da filha, Robert afirmou que praticou o crime para garantir que ninguém descobrira a morte de Luana.

“(O depoente afirmou) Que matou a filha porque não teria como justificar estar só com a criança, pois tinha certeza que seria questionado onde estaria a criança e, nesse momento, o interrogando seria descoberto, sendo, então, a única forma de manter a história sem ser descoberta, era matando as duas vítimas”, consta em seu depoimento à Polícia Civil.

Na sentença, a juíza Valencia Maria Alves de Sousa Aquino destacou a "frieza" e o modo "violento" das execuções.

Ela ressaltou que nem mesmo o choro da criança o fez parar. "Uma verdadeira barbárie", classificou.

Assassinato de Selma Taís Rodrigues Bezerra

Já em 23 de junho último ocorreu o julgamento de Fabiano Bezerra da Costa. O crime do qual era acusado foi registrado em 4 de outubro de 2020, no bairro Paupina.

Conforme o MPCE, a vítima e o acusado tinham um relacionamento há cerca de 10 anos, estando na época do crime em união estável.

O relacionamento, porém, conforme descreveu o MPCE, era "conturbado".

O feminicídio também ocorreu após uma discussão, que, segundo o acusado, foi motivada por ciúmes.

O crime foi praticado com uma arma de fogo que o acusado guardava em sua residência. Selma Taís foi morta na frente dos dois filhos do casal.

Assassinato de Antônio Ribeiro de Sousa Júnior

Por fim, em 21 de junho, houve o julgamento que levou à condenação de Lailson Luís da Silva (a 16 anos e 11 meses de prisão), Antônio Wesley Monteiro de Souza (18 anos e 2 meses), Henrique Soares Silva (15 anos e 6 meses) e José Flávio Rodrigues Pereira (18 anos e 2 meses).

Conforme a decisão, o crime que vitimou Antônio Ribeiro de Souza Júnior ocorreu em 22 de junho de 2013, no Bairro de Fátima.

A motivação do crime seria uma delação à Polícia feita pela vítima contra José Flávio.

Este, aliás, encontra-se foragido, já que havia sido libertado em 17 de janeiro deste ano e desde então não foi mais localizado.

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Feminicídio Ceará Violência contra crianças Tribunal do Júri Fortaleza Condenação Homicídio Fortaleza

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