Rede de esgoto em Fortaleza pode alcançar cobertura de 75% com novas obras de ampliação

Alargamento do sistema de saneamento da bacia do Cocó deve beneficiar dez bairros da Capital cearense

A cobertura da rede de esgotamento sanitário em Fortaleza deve aumentar de 67% para 75% até o fim de 2025. A projeção foi feita pelo presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Neuri Freitas, durante assinatura de ordem de serviço para ampliação do sistema de saneamento da bacia do Cocó, nesta segunda-feira, 27, no bairro Itaperi. Segundo ele, a obra deve alcançar cerca de 170 mil moradores em dez bairros da Capital cearense.

Com investimento de R$ 255 milhões, a previsão é que o projeto seja concluído em 40 meses. No total, serão implantados aproximadamente 229 mil metros de tubulações na rede coletora de esgoto. As obras ainda incluem 41 mil ligações prediais, 14 mil ligações intradomicialiares (preparação do imóvel para se interligar à rede), construção de três estações de bombeamento e de uma nova estação de tratamento.

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De acordo com Neuri, com a ampliação da rede, a cobertura de esgoto na bacia do Cocó deve aumentar 27% nos próximos três anos. “Hoje a bacia, dentro de Fortaleza, tem 58% de alcance. Com essas obras, nós vamos atingir 85%”, projeta. O presidente da Cagece ainda ressalta que os novos investimentos “colocam Fortaleza no caminho de atingir o novo marco legal do saneamento”, que fixou prazo até 2033 para que as cidades brasileiras garantam água e esgoto para pelo menos 90% de suas populações.

Durante a assinatura da ordem de serviço, a governadora Izolda Cela destacou que os investimentos em saneamento básico garantem dignidade e saúde às pessoas e proteção ao meio ambiente. “Antigamente se dizia que essas obras não eram de muito interesse dos governantes porque ficava embaixo da terra e não se via, mas isso acho que é superado. As pessoas, cada vez mais, reivindicam isso porque veem a importância que tem para suas vidas”, pontuou.

Tão logo a ordem de serviço foi assinada pela governadora, as máquinas do consórcio responsável pela execução da obra iniciaram a instalação das tubulações na rua Nazaré Damasceno, entre os bairros Dendê e Itaperi. O serviço despertou a atenção dos moradores da localidade, que esperam uma solução para a falta de saneamento há muitos anos.

O entregador Walisson Tavares, 30, morador do Itaperi, era um dos que observavam atentamente a escavação realizada pelas máquinas. “Espero que amanhã eles continuem, e não estejam fazendo isso só por conta do evento aqui em frente”, observou. Segundo ele, sem a rede de saneamento pública, os moradores da comunidade se viram como podem para dar destinação aos esgotos das residências.

“Todo mundo passa algum perrengue para conseguir uma gambiarra. Na minha casa, eu fiz a ligação na tubulação da drenagem da Areninha, mas tenho alguns vizinhos que ainda utilizam a fossa [séptica], eles sofrem muito no período das chuvas porque acaba entrando água e deixa um cheiro muito ruim”, relatou.

Segundo o porteiro Oswaldo Cruz, 49, também morador da localidade, a maior parte do esgoto gerado nas residências tem como destino um canal improvisado construído em uma área isolada do bairro. Ele conta que a solução paliativa foi financiada pelos próprios moradores. “O pessoal fez uma vaquinha e comprou as manilhas. Quando chega um morador novo, a própria pessoa é quem tem que se virar”, relata.

O problema narrado por Osvaldo é o mesmo testemunhado pelo comerciante Celso Rocha, 47, há pelo menos 14 anos, tempo em que ele reside no bairro. Com tanta espera, o morador ainda se diz descrente de que uma solução seja efetivada. “Não tô acreditando muito ainda não. A gente enfrenta esse problema aqui faz muito tempo. Só vendo a obra pronta para acreditar que vai mudar”, afirmou.

Segundo os moradores ouvidos pelo O POVO, em algumas localidades do bairro onde a instalação de tubulações é mais difícil, as fossas sépticas se tornam a única alternativa de destinação dos dejetos. Embora seja uma alternativa para coletar o esgoto gerado na residência, ela tem potencial de contaminar o solo e a água, além de gerar odores desagradáveis. Em média, as fossas precisam passar por processo de sucção (esvaziamento) a cada seis meses. De acordo com os moradores, o serviço custa entre R$ 300 e R$ 350.

Confira os bairros que devem ser beneficiados com a ampliação do sistema de saneamento:

Itaperi

Serrinha

Dias Macedo

Boa Vista

Passaré

Parque Dois Irmãos

Mondubim

Dendê

Jardim Cearense

Maraponga

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