Incêndio no Cocó: veja imagens e entenda o impacto sobre os animais do parque

Neste primeiro momento, é possível encontrar anfíbios, répteis e alguns peixes carbonizados. Dimensões reais do impacto na fauna serão avaliadas nos próximos dias

13:52 | Nov. 19, 2021

Impactos do incêndio no Parque do Cocó começam a ser dimensionados nesta sexta-feira, 19 (foto: Gabriel Borges/ O POVO)

Os prejuízos do incêndio no Parque do Cocó, em Fortaleza, recaem sobre a fauna e flora do local. O fogo, que começou por volta das 18h15min da última quarta-feira, foi totalmente debelado e está em processo de rescaldo na manhã desta sexta-feira, 19. 

"É precipitado falar em qualquer número no momento. O que podemos afirmar é que os animais diretamente afetados pelo fogo foram aqueles com pouca ou nenhuma mobilidade, especialmente anfíbio e répteis", afirma Hugo Fernandes, biólogo integrante da equipe da equipe do programa cientista-chefe da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema).

"O Parque do Cocó é uma região muito heterogênea. Os campos abertos foram as áreas mais impactadas, e até o momento não temos notícias de impactos nas áreas de mata fechada, que é onde há maior biodiversidade", completa. Ainda assim não é possível minimizar os impactos sobre a natureza. "A situação poderia ser pior, mas é crítica. O parque inteiro, nos seus 1,5 mil hectares, abriga mais de 200 espécies de aves, mais de 30 espécies de mamíferos, dezenas de anfíbios e dezenas de peixes."

O repórter do O POVO Demitri Tulio tem acompanhado a situação e registrou o cenário nesta manhã:

O biólogo Bruno Guillon também esteve na área do incêndio nesta manhã e encontrou uma jiboia carbonizada. "Era um adulto jovem. As jiboias podem chegar a três ou quatro metros; essa tinha cerca de um metro. Era adulta, mas infelizmente não conseguiu fugir", afirma. "Encontrei também fezes de capivara, o que bate com um relato que recebemos de uma capivara adulta transitando com filhotes nas proximidades." Além dos animais encontrados mortos, pelo menos duas iguanas foram resgatadas até o momento.

Segundo o gestor do Parque do Cocó, Paulo Lira, equipes da Sema, Semace e do próprio parque iniciam o levantamento dos prejuízos à fauna e à flora ainda nesta tarde. Resultados devem ser divulgados nos próximos dias. 

Com informações do repórter Gabriel Borges