Tratamentos adequados melhoram a qualidade de vida de pessoas com esclerose múltipla

Centro especializado de tratamento no Hospital Geral de Fortaleza oferece quadro de profissionais de diversas áreas para atender pacientes com esclerose múltipla

Com sintomas que vão desde problemas na memória até a dormência de membros, a esclerose múltipla é uma doença crônica e autoimune que pode provocar lesões cerebrais e neurológicas. De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), é estimado que 40 mil brasileiros tenham a doença. Apesar de não ter cura, existem tratamentos específicos para casos leves e agressivos da esclerose.

De acordo com o neurologista Artur D’Almeida, que atua no Centro Interprofissional de Atendimento ao Paciente de Esclerose Múltipla (Ciapem) do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), sintomas como dormência em uma parte do corpo, fraqueza, fadiga ou alterações na visão, costumam durar em torno de duas semanas. “Quando chegam ao médico, o sintoma já desapareceu. Isso às vezes atrasa o diagnóstico de esclerose múltipla.”

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Artur diz que mais medicamentos eficazes continuam surgindo, permitindo uma vida mais saudável para os pacientes. Além disso, “movimentos, fisioterapia, mudanças no estilo de vida, tudo contribui para uma melhora dos sintomas da doença”, segundo o especialista.

Para a advogada Juliana Melo, 42, o avanço no surgimento de outros medicamentos fizeram toda a diferença no seu bem estar. Ela foi diagnosticada com 27 anos após sentir os primeiros sintomas, que consistiram em um período com a visão embaçada e as pernas dormentes. Juliana começou tomando remédios injetáveis que davam efeitos colaterais fortes. “Na época só existia elas. Acaba que é difícil você aderir ao tratamento, embora eu tenha feito por seis anos. No dia que eu tomava, à noite, era tranquilo, no dia seguinte era péssimo. Era como se estivesse gripada, uma moleza e o corpo todo dolorido.”

Em conjunto com os medicamentos, Juliana conta que “fez de tudo” disponível, como tratamento complementar, desde acupuntura até participar de circuitos paralímpicos de natação. Mesmo com algumas dificuldades de equilíbrio e um pouco de perda de sensação das pernas, sintomas da doença, a advogada seguiu procurando exercícios que a fizessem se sentir bem. “Eu já me acostumei. Algumas coisas eu não consigo fazer e eu digo logo. Eu já sei mais ou menos o meu limite.”

Depois de 15 anos do diagnóstico, com tratamento mais adequado, ela consegue conviver com a doença e entender melhor o próprio corpo. “Hoje em dia quando eu estou entrando no surto eu já percebo bem mais cedo. Eu já sei onde ir, quem procurar. É até mais fácil do que no início que eu ficava sempre questionando: ‘Será que é surto?', 'Será que é cansaço ou estresse?’. Hoje eu reconheço mais facilmente”, diz Juliana.

Juliana e a filha de 9 anos fazendo artesanato
Juliana e a filha de 9 anos fazendo artesanato (Foto: Arquivo pessoal)

Tratamento pelo SUS

Quando descobriu que tinha esclerose múltipla, Juliana morava em Macapá, capital do estado do Amapá. No entanto, a cearense precisou voltar a Fortaleza para continuar o tratamento no Ciapem do HGF. Os remédios que ela precisa também são todos distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mesmo tendo acesso à rede privada, ela prefere procurar o Ciapem quando tem algum surto da doença.

Conforme informações do HGF, o centro atende 350 pessoas com esclerose múltipla e disponibiliza atendimento com profissionais de diversos campos, como neuropsicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e enfermeiros, além dos médicos especialistas.

Como atividade do Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla, celebrado nesta segunda-feira, 30, a equipe do Ciapem demonstrou exercícios físicos simples que os pacientes podem fazer em casa. Além disso, as pessoas que estavam no ambulatório em busca de tratamento foram encorajadas a falar sobre suas experiências de vida com a doença.

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