Adufc protesta contra corte nas universidades e retorno presencial às aulas sem vacinação

O ato do Sindicato integra movimento nacional, que envolve manifestação de dezenas de entidades contra o corte bilionário previsto no orçamento de 2021 da União

O Dia Nacional de Luta, celebrado nesta quarta-feira, 19, tem como lema “A educação precisa resistir”. Uma das ações promovidas pelo Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc Sindicato) é a doação de 420 cestas básicas - cerca de 4,2 toneladas de alimentos - a famílias em situação de vulnerabilidade social em Fortaleza e no Interior do Estado.

As ações desta quarta-feira, 19 de maio, também incluem "adesivaço" na avenida da Universidade, em Fortaleza, e projeções visuais noturnas em edifícios da Capital. De acordo com o Sindicato, as atividades estão sendo organizadas respeitando as medidas de segurança sanitária devido à atual situação de pandemia.

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“A ideia é denunciar à sociedade que o mesmo Congresso que diz que professores/as não podem parar também reduz o orçamento para a educação. Ou seja, declara a educação como serviço essencial para obrigar trabalhadores (as) da educação e estudantes a arriscarem sua vida, tendo em vista que o Brasil já se aproxima da assustadora marca de 440 mil mortes devido a Covid-19”, informa o Sindicato Adufc, em nota. 

Ainda sobre as doações, na Capital e na Região Metropolitana serão doadas 100 cestas básicas para o Coletivo ArRUAca; 70 para a Associação Beneficente Casa da União Coração de Maria, em Caucaia; 50 para lideranças de Acaracuzinho (Maracanaú) e Sapiranga (Fortaleza); e 30 ao Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unilab, que farão a entrega a alunos/as em situação de vulnerabilidade.

Também haverá doações de 100 cestas básicas para a Cáritas Diocesana de Crateús; no Cariri, são 70 cestas a serem distribuídas em Barbalha, no bairro Malvinas. No Crato, para famílias acampadas no Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec); e em Juazeiro do Norte, na Ocupação Novo Caldeirão e nos bairros Aeroporto e João Cabral.

Falta de recursos

Com as manifestações, a comunidade universitária quer dar visibilidade aos cortes orçamentários que ameaçam universidades e institutos federais. Na última sexta-feira, 14, estudantes, docentes e servidores técnico-administrativos, com apoio da sociedade civil, foram às ruas protestar contra as reduções no orçamento na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma das instituições federais de ensino superior que ameaçam fechar as portas por falta do financiamento. Além da UFRJ, outras universidades já informaram que o corte de R$ 1 bilhão promovido pelo Governo Federal no orçamento para este ano coloca em risco o funcionamento dessas instituições, comprometendo gastos com custeio e investimento.

PL 5595/20

A Adufc também tem se articulado com outras organizações no enfrentamento ao Projeto de Lei (PL) 5595/20, que impõe o retorno presencial das aulas sem vacina e segurança sanitária e cria uma brecha para que cada região possa escolher o momento de volta às aulas.

Estabelece, ainda, prioridade na vacinação de servidores da educação pública e privada, mas desconsidera a necessidade de manter o isolamento destes profissionais no período necessário para a aplicação das duas doses da vacina. “Após a liberação parcial das aulas presenciais no Ceará, já temos identificado professores da rede privada infectados e, infelizmente, perdendo a vida para a Covid-19. Precisamos de uma política de valorização da vida, com garantia de vacina para todas e todos, já”, destacou o presidente da Adufc, professor Bruno Rocha.

O PL 5595/20 tem autoria das deputadas federais Paula Belmonte (Cidadania-DF) e Adriana Ventura (Novo-SP), com relatoria da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), e já havia sido aprovado na Câmara dos Deputados. No entanto, devido à intensa pressão social, foi retirado temporariamente de pauta no Senado, no último dia 7 de maio. Os senadores decidiram pela discussão do PL em audiências, com data ainda a ser definida. Deverá contar agoracom a participação dos ministérios da Educação e da Saúde, Fiocruz, Butantan, representantes de docentes e estudantes e outras entidades.

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