Destaque da cardiologia cearense, Cláudio Falcão morre após complicações da Covid-19

Cláudio Falcão foi um dos pioneiros na hemodinâmica no estado do Ceará, conjunto de componentes que constituem o bombeamento de sangue no sistema cardiovascular

O médico cardiologista Francisco Cláudio Couto Falcão morreu neste sábado, 27, aos 66 anos, após complicações da Covid-19. Ele estava internado desde o último dia 12 de fevereiro e veio a falecer após 43 dias no hospital São Mateus, em Fortaleza.

Em nota, a Sociedade Brasileira de Cardiologia - Ceará (SBC) lamentou a morte de Falcão e reconheceu a sua importância na área.

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"Um dos pioneiros na hemodinâmica no Estado do Ceará, Dr. Cláudio foi um renomado cardiologista intervencionista, dedicado, competente e amável. Uma grande perda para a cardiologia cearense".

Para o médico e amigo de Falcão, Weiber Xavier, especialista em clínica médica e em terapia intensiva, o cardiologista, que era casado e tinha três filhos, possuía o poder de cativar aqueles que o cercavam.

"Cláudio era muito dinâmico, além de ser cardiologista e atender no centro de hemodinâmica, ele era uma pessoa muito prestativa, de muita doação, tanto é que o hospital inteiro, dos maqueiros aos médicos, estamos todos muito abalados e arrasados. Era uma pessoa bastante dedicada à profissão", relata Xavier

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O intensivista, que participou do tratamento do amigo, explica que a causa da morte não foi por Covid-19, mas que a doença favoreceu o agravamento da infecção bacteriana que acometeu Falcão.

"O falecimento do Cláudio não foi diretamente pela Covid, ele já tinha PCR negativo, mas indiretamente sim, já que a Covid machucou muito o pulmão dele. Acabou ficando muito vulnerável a uma infecção secundária. Ele lutou bravamente, junto com toda a equipe de profissionais, mas infelizmente não conseguimos êxito", lamenta Xavier.

Durante o período no hospital, Cláudio apresentou melhora em alguns momentos, mas acabou não resistindo.

"A Covid propicia riscos de uma infecção secundária, porque a pessoa está intubada, com acesso venoso, sondas e tudo isso contribui para o risco de sepse. Ele chegou a ter melhoras, mas depois foi ficando progressivamente pior. Ele ficou lúcido durante um bom período, mas infelizmente, nos últimos dias, ele já vinha bastante grave", conta.

Weiber Xavier ainda lamentou a difícil situação enfrentada diariamente pelos profissionais da área da saúde.

"Nós estamos tendo perdas quase semanais. Essa semana perdemos mais colegas. Todos nós estamos muito exaustos, não só fisicamente, mas também muito abalados psicologicamente com as perdas dos nossos companheiros ao longo desse período todo. Realmente, é uma situação muito difícil", finaliza.

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