Em Fortaleza, estudantes contam como foi a primeira edição digital do Enem

Com alterações no formato e movimentação considerada fraca, alunos comentam sobre aplicação da versão digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste domingo, 31.

Com o fim da aplicação da prova digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que começou às 13h30min (de Brasília) deste domingo, 31, alunos que fizeram o certame em Fortaleza relatam suas experiências com a prova, aplicada pela primeira vez em todo o Brasil. O exame acontece uma semana após o segundo dia de provas da versão imprensa, que foi marcado por abstenção recorde. O segundo dia de provas da versão digital está marcado para o próximo domingo, 7 de fevereiro.

Após pedido da esposa, o assistente de Planejamento e Controle da Produção (PCP), Brainer Alves Teixeira, 27 anos, decidiu realizar a prova para conseguir uma bolsa ou curso de graduação. A principal diferença, segundo ele, foi a baixa movimentação no local de prova, realizada no colégio Ari de Sá, na Avenida Duque de Caxias, no Centro. 

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"Cheguei aqui e só tinha eu. De repente, chegou mais três e depois quatro pessoas. Não sei se é referente ao vírus, mas a primeira impressão sobre a quantidade de pessoas é que foi mais vazio, algo bem mais deserto, até nas salas de aula. Vamos supor que de 50 alunos, tinham 20", relata Brainer.

Para Geísa Cândido do Nascimento, 27, por ser uma prova no computador, foi mais prática e rápida. "Para a gente não precisar estar voltando as páginas se quisesse voltar para uma questão", descreveu. Ela conta que não esperava a praticidade e não sentiu insegurança sobre a aplicação do Exame de forma digital. "Quando saiu o resultado do local de prova para o impresso eu fiquei com medo de algum problema, mas depois deu certo", disse.  

Redação foi sobre desigualdades regionais

  

Neste domingo, os estudantes realizaram as provas de Linguagens e Ciências Humanas. Assim como na edição impressa do Enem, a redação foi feita à mão, com caneta esferográfica preta. Sobre lidar com a versão digital do Enem, o assistente afirma ter sido “interessante e mais prático”, porém, desafiador devido algumas limitações físicas, como dor de cabeça ao terminar a prova.

O tema da redação foi “O desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil''. "Aparentemente, o título é fácil, porém, complexo de falar. Mas quando se começa a pensar no que é, que está dividido em regiões, é outra coisa. Falar de mim é fácil, mas como funciona, falar da gestão em outras regiões é complicado”, destaca Brainer.

Já segundo o estudante Jeferson Kauã, 18 anos, o Exame foi simples. Contudo, reforça que também constatou poucas pessoas realizando a prova. Ele atribui a escassez de alunos com uma possível falta de informação e divulgação sobre a realização do Enem Digital. "Minha primeira vez foi no Digital. Faltou muita gente e também informação, talvez porque eu, por exemplo, fui lembrar há uma semana atrás e achava que teria sido junto com o impresso. As escolas não deram tanto apoio a quem ia fazer o digital", avalia.

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 96.086 pessoas de 104 cidades se inscreveram para a modalidade piloto em 2020. A expectativa era de que 93.079 candidatos realizassem a versão digital hoje em mais de mil unidades de ensino. Os participantes realizam a prova em mais de 4 mil laboratórios de informática das instituições.

Dessas, 3.112 são do Ceará, divididas entre Fortaleza, Sobral (97) e Quixadá (95). Dos 2.920 inscritos na Capital, porém, após relatos de funcionários em locais de provas, a reportagem do O POVO constatou que comparecimento de alunas estava baixo.

 

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