UPAs de Fortaleza produzem o próprio oxigênio a partir de usinas nas unidades

A aparelhagem gera e armazena cerca de 5,6 m³ do gás hospitalar por hora aos pacientes que necessitem do insumo, mantendo os estoques abastecidos permanentemente, afirma SMS

Em meio ao caos instalado na cidade de Manaus, onde há duas semanas a rede de saúde colapsou por falta de oxigênio, O POVO buscou responsáveis pelas unidades de saúde no Ceará para saber como está a situação dos equipamentos para enfrentar a segunda onda da pandemia da Covid-19. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Fortaleza, cada uma das seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), sob o comando do órgão, contam com usina de oxigênio.

“A aparelhagem gera e armazena cerca de 5,6 m³ do gás hospitalar por hora aos pacientes que necessitem do insumo, mantendo os estoques abastecidos permanentemente. Em casos de emergência, as unidades também contam com cilindros de backup”, informa a pasta através de nota. No entanto, a SMS afirmou não ter fonte para detalhar sobre o funcionamento do aparato.

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O oxigênio pode ser utilizado no auxílio da respiração de usuários, nebulização, casos de intubação e no tratamento de doenças respiratórias. Com isso, o paciente pode ficar mais de 24 horas na unidade, caso haja a necessidade. “O ar medicinal servirá nos casos de inalação, expurgo, esterilização de equipamentos e outros casos”, traz a nota da SMS.

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Questionado sobre a produção de oxigênio nas UPAs sob responsabilidade do Governo do Estado, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) poupou detalhamento. “A Secretaria informa que tem, em estoque, oxigênio e demais insumos para suprir a rede estadual num possível agravamento da Pandemia de Covid-19 no Estado.”

O POVO também buscou a White Martins, responsável pelos oxigênio das UPAs cearenses, mas a empresa deu negativa com a justificativa de que os trabalhos estão voltados para sanar os problemas na capital amazonense.

Rede particular

Na rede particular, o Sistema Hapvida afirmou que não mede esforços para investir na saúde dos clientes e combater a pandemia da Covid-19. “Em Manaus (AM), capital crítica no momento, a empresa mantém toda a assistência necessária. No Ceará, a operadora permanece investindo para que não faltem insumos. Por ter uma rede verticalizada, a empresa consegue monitorar, ter previsibilidade e planejamento para garantir o acesso à saúde”, afirmou.

A falta de oxigênio para os pacientes também foi descartada pela Unimed Fortaleza. “A cooperativa acrescenta que nos primeiros meses da pandemia, quando houve um crescimento rápido no número de pacientes internados precisando de oxigênio, o hospital conseguiu atender a demanda normalmente.”

Além disso, a empresa reforçou que tem se reorganizado para atender a alta demanda de pacientes com suspeitas ou confirmados como doentes pela Covid-19, com a ampliação de leitos na UTI. Também foram suspensas marcações de cirurgias eletivas tanto no Unimed Fortaleza como nas unidades da rede credenciada. “A cooperativa reforça que os procedimentos já agendados, bem como as cirurgias de urgência, oncológicas, cardíacas e neurocirurgias, não serão afetados.”

Como funciona uma usina de oxigênio

Conforme a RespirarMED, empresa especialista em equipamentos médicos e hospitalares, uma usina de geração de oxigênio funciona a partir de processo de adsorção, ou processo de PSA (Pressure Swing Adsorption). Basicamente, isso consiste em aumentar a densidade de um gás ou líquido a partir da exposição espontânea daquele material a uma superfície de um sólido. De acordo com a norma ABNT NBR12.188 na categoria de oxigênio de uso medicinal, o oxigênio deve ser produzido com uma concentração mínima igual de 93% (v/v).

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