Participamos do

Prédio que laje desabou tem 40 anos e inspeção predial programada para agosto não foi realizada

Segundo informações apurada pelo O Povo, a Defesa Civil já entrou no prédio para fazer a avaliação e afirmou que não há risco de desabamento

O prédio em que laje do mezanino, o Edifício Solar do Atlântico, desabou nesta quarta-feira, 9, no bairro Dionísio Torres tinha 40 anos, segundo informações do Corpo de Bombeiros. Não há vítimas e todas as famílias do edifício principal e os dois prédios vizinhos precisaram sair por questão de segurança. De acordo com Hilmar Alves, diretor da CSI Inspeção Predial, um morador do prédio entrou em contato com a empresa relatando preocupação com infiltrações e rachaduras. Em agosto um orçamento foi feito, mas a inspeção não foi realizada.

A Defesa Civil diz que não há risco de desabamento do restante da estrutura do prédio. Os dois prédios vizinhos, que também haviam sido interditados, já foram liberados. 

Hilmar conta que pela pandemia e por falta de acordo entre os moradores, a inspeção não foi feita. "O que ocorre é que geralmente os condomínios demoram muito para decidir a fazer a inspeção. Uma inspeção predial evitaria esse tipo de incidente. Essa edificação já tem mais de 40 anos. Hoje, em Fortaleza, as pessoas relutam em fazer a manutenção preventiva e corretiva e acabam negligenciando. O mesmo que aconteceu no Andrea (edifício que desabou em 2019), ao longo dos anos não foram fazendo as medidas e acumulou no acúmulo de serviço", explicou.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Interdição continua

 

Ainda de acordo com o diretor da empresa de inspeção predial, muitas vezes esse acúmulo reflete em custos ainda mais elevados e torna ainda mais difícil que a manutenção aconteça. Na manhã desta quarta-feira, após o desabamento, os moradores foram orientados pela Defesa Civil a contratar um engenheiro civil calculista. O acesso só vai ser liberado com o laudo de um engenheiro calculista. Até lá, os moradores não podem entrar no prédio.

O síndico já está conversando com uma empresa sobre orçamento de inspeção e para retirada do entulho. Segundo informações apurada pelo O POVO, a Defesa Civil vai solicitar à Guarda Municipal para fazer a vigilância do prédio. De acordo com Luciano Agnelo, coordenador da Defesa Civil de Fortaleza,  apenas a laje da loja ao lado do prédio ainda corre risco de desmoronar.

"Nós optamos pela interdição do prédio, para que os moradores juntamente com o síndico possam trabalhar a retirada dessa laje, contratando um engenheiro para que ele possa iniciar os escoramentos e a retirada desse material, até lá, eles (os moradores) não podem retornar aos seus apartamentos", ressaltou Agnelo. Em 2017, houve uma chamada da defesa civil sobre pequenos reparos, que posteriormente foram resolvidos, e o procedimento foi arquivado. O chefe da Defesa Civil suspeita que não tenha ocorrido inspeção predial, mas só poderá confirmar após notificar o sindico e avaliar a documentação.  

No prédio onde houve o desabamento da laje, são seis apartamentos onde moram seis famílias. No edifício do lado esquerdo, são 12 apartamentos, totalizando 50 pessoas. Já no prédio da direita, são seis apartamentos, também com seis famílias. Ambos tinham sido interditados, mas já foram liberados, com exceção da garagem.

 

Com informações da repórter fotográfica Deísa Garcez e da repórter Angélica Feitosa

Confira o antes e o depois do prédio:

 

 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar