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Soldador teria sido morto ao se recusar a colocar grades para faccionados em Fortaleza

Célio Roberto Lima do Nascimento foi morto em 29 de junho último. Dois homens foram denunciados pelo crime; "secretário" de facção está foragido
18:51 | Out. 07, 2020
Autor Lucas Barbosa
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Lucas Barbosa Repórter do caderno de Cidades
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Tipo Notícia

Dois homens se tornaram réus pela morte do soldador Célio Roberto Lima do Nascimento, de 39 anos, crime ocorrido em 29 de junho último, no condomínio Cidade Jardim II, no bairro Prefeito José Walter, em Fortaleza. Conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPCE), a vítima foi morta após desentender-se com Francisco Rogério Arcanjo Matos, apontado como mandante do crime. Este exigia que Célio fizesse grades para apartamentos onde havia expulsado moradores. Além disso, exigia que ele soldasse armas artesanais pertencentes aos criminosos. A denúncia foi aceita pela Justiça em 29 de setembro último.

Francisco Rogério, conforme a acusação, foi designado como "secretário" da quadra 7 do Cidade Jardim II pela facção Comando Vermelho (CV), que "domina" o local. Cada quadra teria um secretário designado pelo grupo criminoso, descobriu a Polícia Civil. Célio teria se recusado a atender às exigências, o que o fez discutir várias vezes com Francisco Rogério, tendo, inclusive, sido ameaçado. "O crime se verificou pelo fato da vítima não se sujeitar às exigências do acusado no sentido de elaborar grades de ferro para fechar as casas invadidas pela agremiação de criminosos e não consertar as armas de fogo que os mesmos utilizavam na execução de diversos crimes, motivação evidentemente torpe".

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O soldador foi morto por dois homens, que dispararam quatro tiros (dois na nuca, um na orelha e um nas costas), no momento em que trabalhava em sua oficina de soldagem. A Polícia apurou que um dos executores usava tornozeleira eletrônica. Em seguida, descobriu que Elano Fausto Rodrigues de Oliveira, que era monitorado por tornozeleira, ficou sem sinal no aparelho no período em que o crime ocorreu. O outro atirador ainda não foi identificado.

Os dois acusados foram denunciados por homicídio duplamente qualificado (uso de recurso que impossibilitou a defesa e motivação torpe), além de integrar organização criminosa. Ao apresentar a denúncia, em 23 de setembro, o MPCE pediu a prisão dos dois suspeitos. Elano Fausto foi preso no mesmo dia, na próprio Cidade Jardim, conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Ele possui antecedentes criminais por roubo, furto, receptação, associação criminosa, corrupção de menor, tráfico de drogas, associação para o tráfico e adulteração de chassi. Já Francisco Rogério está foragido. "A Polícia Civil agora trabalha para capturá-lo", informou a SSPDS.

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