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Maquete eletrônica: veja como ficará a Cidade da Criança e Praça Coração de Jesus após reforma

As obras tiveram início nessa segunda-feira, 22, e devem ser entregues dentro de um prazo de 12 meses

Figuras marcantes no Centro de Fortaleza, a Cidade da Criança e a Praça do Sagrado Coração de Jesus irão passar por um processo de revitalização à ser concluído em junho de 2021. As obras tiveram início nessa segunda-feira, 22, e representam um investimento de aproximadamente R$ 8,4 milhões. O espaço passará por um processo de integração, reforma e restauração total. O projeto responsável pela reformulação das estruturas foi escolhido por meio de concurso realizado pela Prefeitura de Fortaleza em 2018.

Os vencedores foram os integrantes da equipe do escritório de Arquitetura e Urbanismo de Carlos Yuri Nobre. A área total dos espaços é de 27 mil m² e deve passar por uma troca de todo o piso e pavimento existentes como forma de integrar os dois espaços. Construção de passagens elevadas para pedestres, pavimentação com piso intertravado, nova iluminação, além de paisagismo, itens de acessibilidade e mobiliários urbanos como bancos e lixeiras também serão implementados como parte da revitalização.

Para concepção do projeto, Yuri pontuou que sua equipe se ateve ao valor histórico associado tanto ao Parque quanto à Praça no Centro da Capital. “Trazer de volta esse simbolismo, da nostalgia que envolve as lembranças de nossos pais e avós”, descreveu o arquiteto como sendo um dos focos da obra. Ele explicou que era necessário preservar a importância atemporal das estruturas e ao mesmo tempo despertar na população fortalezense o desejo de ocupar a região. “Associando esses espaços à boas lembranças”, reforçou.

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INOVAÇÃO

A solução encontrada pela equipe foi de fugir do padrão genérico de obras de revitalização e investir em ações inovadoras. Especificamente na Praça da Criança, serão construídas “ilhas pedagógicas”. As novas estruturas terão como objetivo estimular um aspecto específico no cérebro das crianças, buscando incentivar seu desenvolvimento. Ideia é baseado nos estudos do psicólogo cognitivo e educacional, Howard Gardner, que caracterizou sete tipos principais de inteligência. “Na ilha da musical, terão brinquedos ligados à música, na ilha espacial terão brinquedos associados à percepção de espaço e volume”, exemplificou.

Passando a área destinada ao terminal de ônibus, que também contará com uma “grandiosa e chamativa estrutura”, segundo Yuri, em anexo a Praça Coração de Jesus será criado um sistema de corredores culturais. A ideia, de acordo com o projeto das obras, é construir um núcleo de atividades que una atrações alimentícias, culturais e de lazer, desde carnaval fora de época, à comemoração de datas festivas e mesmo celebrações quermesses da Igreja. “Um lugar de eventos sazonais, com exclusividade para pedestres. Com exceção do estacionamento do TRE, que não será alterado”, completou.

RESSIGNIFICAÇÃO DE ESPAÇOS

As tradicionais “casinhas” presentes no interior da Praça do Coração terão suas estruturas restauradas e passarão a desempenhar uma nova fundação em prol da manutenção da área. Duas serão destinadas a atividades administrativas, uma para a gestão da nova área e posto da Guarda Municipal, pós-obras, e a outra para servir como base da Associação de Moradores do Centro. A maior de todas, com dois andares, será destinada para instalação de um restaurante, outras duas de menor portes irão sediar cafés. Por fim, a última estrutura restante será destinada para uso de ponto de encontro, memorial e ponto de partida de visita guiada pelo espaço.

Uma nova casa, nos moldes da pré-existente, será criada como parte de um projeto inovador. A Casa do Ciclista, como será chamada, é o piloto de um conceito urbanístico, passível de ser adotado em outras regiões da Cidade. A estrutura servirá como base para que ciclista cadastrados possam guardar suas bicicletas e tomar um banho após o percurso feito sob duas rodas. Sendo a única estrutura completamente nova inserida nos espaços, terá como objetivo incentivar práticas mais saudáveis de mobilidade urbana.

CONSERVAÇÃO DA ÁREA VERDE

Yuri comentou sobre a denúncia de suposta derrubada de árvores nas praças como parte das obras de revitalização. Para o arquiteto, tudo não passa de um engano. Ele explicou que o projeto implementará um aumento da massa verde no local, e frisou que tudo “foi feito com longas e intensas pesquisas históricas e com consultoria apropriada”. Segundo Yuri, as podas nas árvores são necessárias para um bom crescimento destas. Ele pontuou ainda que haverá, sim, a supressão de algumas árvores, mas apenas daquelas que estejam, segundo laudo ambiental, doentes, com risco de queda e que não sejam de mata nativa da região.

Com o início das obras, Yuri Nobre afirma estar com boas expectativas para a conclusão do projeto. “Com o concurso e a ideia desenvolvida pela equipe, a gente quer que as pessoas sejam motivadas a ocupar cada vez os espaços públicos. Que as pessoas lembrem que esse espaço é delas, é nosso”, completou. Ele agradeceu o empenho de sua equipe na elabora do projeto, formada pelos arquitetos Jairo Diniz, Mayara Cunha, Sheldon André e Abner de Souza. Também contribuíram com a iniciativa, à época, estagiárias de arquitetura, Danyella Lima e Thayná Gomes. “O projeto não seria uma realidade hoje, se não fosse por essas pessoas. E pode-se ter certeza que tudo foi feito com muito amor e respeito pela história desses locais”, finalizou.

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