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Após queda de reboco do teto, estudantes denunciam problemas estruturais na residência universitária da UFC

O desabamento de parte do reboco do teto da varanda de um dos quartos da residência foi relatado pelos estudantes nesta segunda-feira, 15
00:04 | Jun. 16, 2020
Autor Alan Magno
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Alan Magno Estagiário de jornalismo
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Tipo Notícia

Parte do reboco do teto da varanda de um dos quartos da Residência Universitária 125, da Universidade Federal do Ceará (UFC), desabou. Segundo relatos de estudantes, o acidente possivelmente ocorreu em decorrência de uma série de infiltrações nas paredes do local. Após o registro ser divulgado em grupo interno da residência nesta segunda-feira, 15, pelo menos outros três moradores da casa apontaram rachaduras semelhantes no teto ou nas paredes de seus quartos no prédio que fica nos arredores da Praça da Gentilândia.

A UFC informou por meio de nota que o desabamento ocorreu hoje e que a estrutura “não tinha sinais aparentes de comprometimento”. Porém, os relatos do alunos destoam dessa versão.

Um dos diretores da Residência Universitária informou que o relato do desabamento foi recebido hoje, mas que talvez tenha acontecido em outro momento. O gestor, que também é aluno da UFC e morador do prédio, pontuou que por conta de uma decisão da atual gestão da casa, não poderia ser identificado e seu posicionamento deveria ser visto como “da diretoria e não como morador”.

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O gestor acredita que o desabamento tenha sido causado por infiltrações registradas entre os meses de março e abril. “Nós tivemos um problema com uma telha do prédio. Ela foi quebrada por alguma coisa e gerou algumas infiltrações. Nós só percebemos bem depois porque existe um andar inteiro entre o telhado e os apartamentos”, relatou o gestor. Ele pontuou que a prefeitura do campus foi notificada à época e solucionou o problema da telha rapidamente. As demandas feitas pela gestão da casa são atendidas em tempo hábil, segundo o diretor.

Vistoria geral deverá ser feita nesta terça-feira, 16, pela manhã, por uma equipe de manutenção da Universidade para averiguar a situação, conforme nota da instituição. “A Superintendência de Infraestrutura e Gestão Ambiental da UFC realiza serviços periódicos de manutenção nas residências”, frisou a nota.

Investigação para apurar as causas do desabamento deverá ser instaurada pelo órgão. Apesar das afirmações da Universidade, medo e apreensão são sentimentos que assolam os estudantes, conforme uma das moradoras, cujo quarto também apresenta rachaduras, segundo afirmou.

 

Moradores da Residência Universitária 125 da UFC relatam problemas de infraestrutura no prédio, como rachaduras e infiltrações
Moradores da Residência Universitária 125 da UFC relatam problemas de infraestrutura no prédio, como rachaduras e infiltrações (Foto: WhatsApp O POVO)

Moradora do prédio desde o ano passado, ela critica a manutenção da casa: “Sinceramente não me sinto segura. Acho que (a vistoria da UFC) vai ser só uma maquiagem”. A estudante pontua que há infiltrações em diversos outros cômodos do prédio, como a lavanderia e teme que algo grave possa acontecer.

“Tenho a impressão que o reitor (da UFC) quer passar uma aparência de normalidade, o que não existe aqui!”, frisou. Ela também não quis ser identificada, por medo de represálias.

Outro estudante, beneficiário do programa de residência universitária há mais de dois anos, afirmou que as infiltrações e queda de reboco e forro do prédio são recorrentes. Ele menciona situação mais crítica na copa e na sala de estudos do prédio 125, na Gentilândia. “O ar condicionado da sala de estudos não funciona por causa das infiltrações na parede que danificaram o aparelho”, pontuou.

O estudante relatou ainda que no início do ano um pedaço do teto da área externa do prédio também se soltou e criticou o posicionamento da Universidade de afirmar, em comunicado enviado aos alunos, que as residências universitárias estão “devidamente equipadas” para sustentar a implementação do sistema de aulas remotas.

Pedindo para não ser identificado, ele menciona o medo de retaliações por parte da reitoria. “Os residentes, como alunos diretamente ligados à reitoria, temem qualquer opinião que vá contra a própria instituição”, explicou. O estudante pontua relatos de conhecidos que participaram de protestos e reivindicações contra decisões da UFC e enfrentaram dificuldades para renovação dos benefícios estudantis.  

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