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Residencial Alto da Paz será entregue no final de junho, diz Prefeitura

Famílias da comunidade que ocupavam o terreno aguardam pelos apartamentos há seis anos

Seis anos e dois meses depois do despejo forçado que comoveu Fortaleza, as famílias da Comunidade Alto da Paz esperam pelo residencial construído no local da ocupação. Cerca de 530 famílias moravam no terreno à época. A Secretaria Municipal do Desenvolvimento Habitacional (Habitafor) afirmou que a primeira etapa do Residencial Alto da Paz, com 1.111 unidades habitacionais, está prevista para ser entregue no final de junho deste ano. De acordo com a Secretaria, nessa quarta-feira, 13, ocorreu a liberação das matrículas dos apartamentos e isso permitirá o início da elaboração dos contratos, sob responsabilidade da Caixa Econômica Federal.

Os apartamentos do Alto da Paz I, no Vicente Pinzón, serão direcionados às famílias da comunidade que foram removidas sob ordem judicial em 2014, a moradores do Serviluz e outras comunidades do entorno, e a moradores das regiões das lagoas do Papicu e Gengibre.

De acordo com a Associação de Moradores do Alto da Paz, pelo menos 192 famílias teriam ficado fora do cadastro realizado pela Prefeitura para receber o apartamento. A Habitafor reconhece somente 327 beneficiários que moravam no local.

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Apesar da liberação das matrículas na última quarta, essa fase também depende do sorteio de loteamento (identificação dos endereços) que está sendo estudado pela Caixa e pela Habitafor, com previsão do sorteio eletrônico para o final de maio, conforme a Habitafor.

Na sequência, as famílias devem fazer a vistoria das unidades habitacionais para só então assinar os contratos. Em nota, a Habitafor explicou que, para essas etapas que geram aglomerações, "está sendo elaborado um plano para atender aos protocolos de saúde, tendo em vista as restrições impostas pela pandemia."

Em outubro de 2014, quando a Prefeitura anunciou a instalação do canteiro de obras do empreendimento, o prazo de conclusão era de 18 meses. Após uma série de atrasos nos repasses dos recursos ao longo dos anos, a primeira etapa do Residencial Alto da Paz se encontra com a parte estrutural 100% concluída, com aprovação do Habite-se, do Corpo de Bombeiros e das empresas da água e luz.

Famílias de fora do cadastro

Depois da remoção, em fevereiro de 2014, os moradores da comunidade Alto da Paz se dispersaram para bairros da região como Cais do Porto, Praia do Futuro e Castelo Encantado. O pedreiro Antônio dos Santos Silva, 46, é um dos moradores da comunidade que reclama de ter ficado fora do cadastro da Prefeitura para receber o apartamento, mesmo tendo recebido visitas de agentes da Habitafor. "Eu tô meio desacreditado disso. Eles já prometeram tantas vezes", comenta sobre a nova previsão de entrega do Residencial.

Após o despejo, Antônio se divorciou e perdeu o emprego. Atualmente, ele paga um aluguel de R$ 450, no Vicente Pinzón, e tira seu sustento de trabalhos pontuais como entregador. "Se eu não tivesse um pensamento forte e o apoio dos meus familiares, acho que hoje estaria na rua", avalia.


Alto da Paz II está com obras paralisadas por causa da pandemia

Sobre a segunda etapa do residencial, que tem 317 apartamentos, a Habitafor informou que a obra "vem sendo acompanhada pelo Governo do Estado". A Secretaria de Cidades, responsável pelo Alto da Paz II, disse ao O POVO via e-mail que o empreendimento está com 82% de conclusão, faltando fazer acabamentos e arruamento.

Em virtude do decreto estadual que suspende as atividades não essenciais, a construção da segunda etapa do Residencial Alto da Paz foi paralisada, mas a previsão da Secretaria é de 90 dias para entrega da obra, após a autorização para retomada das atividades. Além disso, pelo menos 30 dias serão necessários para resolver os trâmites documentais.


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