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Ciclista que teve perna amputada após atropelamento faz vaquinha para custear prótese

Empresa responsável pelo ônibus envolvido no acidente se recusou a comprar a prótese ortopédica. A ciclista afirma não poder esperar pela decisão judicial para adquirir o equipamento
09:59 | Jun. 24, 2019
Autor Alexia Vieira
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Tipo Notícia

Atualizada em 25/6/2019, às 11h21min

Após um ano do acidente que a fez perder parte de uma das pernas, Luana Holanda, 39, está fazendo uma vaquinha online para conseguir comprar uma prótese definitiva. A ciclista foi atropelada por um ônibus da empresa Dragão do Mar em maio de 2018 e desde então está em tratamento para se recuperar das fraturas nos dois membros e da amputação. Enquanto o processo indenizatório não é finalizado, Luana precisa pedir adiantamentos do dinheiro judicialmente para custear curativos e consultas. No entanto, depois de ter o pedido do valor da prótese negado, a ciclista decidiu apelar para o financiamento coletivo.

“Como é questão de saúde, não posso esperar até o final do processo pra me tratar”, diz. Luana conseguiu a tutela antecipada e a empresa foi obrigada a pagar parte da quantia da indenização ainda no ano passado. O dinheiro foi usado para pagar contas médicas e comprar curativos específicos para a pele do coto da sua perna. Com fisioterapia e musculação, ela conseguiu utilizar uma prótese provisória doada pelo médico que acompanha o caso desde o início. Agora, sabendo que o corpo suporta usar o equipamento, Luana precisa comprar a versão definitiva, que custa mais de R$ 30 mil.

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Pelo menos 26 pessoas já doaram quantias para que Luana consiga comprar a prótese
Pelo menos 26 pessoas já doaram quantias para que Luana consiga comprar a prótese (Foto: Reprodução/Vakinha)

Os advogados da ciclista entraram com petição para que a empresa do ônibus arcasse com os gastos do material ortopédico, fazendo três orçamentos à pedido da juíza responsável pelo caso. Após notificação judicial, a Dragão do Mar negou o pagamento. Por isso, Luana pediu novamente a tutela antecipada do valor da prótese.

Apesar de achar que tem chances de conseguir decisão favorável, ela não sabe quanto tempo isso pode levar. “Só posso ficar com essa prótese por mais três meses. A reabilitação só acaba quando estiver com a prótese definitiva e sem nenhuma fisioterapia”, explica.

Com o modelo que usa agora, Luana não consegue andar nas calçadas da Cidade. Ela só pode se locomover por um quarteirão a pé, já que o equipamento provisório tem objetivo apenas de auxiliar na recuperação do equilíbrio e das movimentações básicas. “É muito angustiante ficar esperando para voltar à vida”, desabafa. Ela está afastada do trabalho desde o acidente, recebendo um auxílio que só dura até dezembro deste ano.

Se a decisão judicial sair antes de conseguir doações suficientes para bater a meta da vaquinha, Luana deve doar o dinheiro arrecadado para outro paciente que precise da prótese. Devido ao preço alto, segundo ela, é normal que existam filas de espera para conseguir o equipamento. Para prestar contas com os doadores, a ciclista deve postar as notas fiscais dos produtos que comprar na plataforma escolhida para o financiamento. Até agora foram doados R$ 2.275, sendo o objetivo R$ 38 mil.

O POVO Online questionou ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus) o porquê de o pedido de compra da prótese ter sido negado. A assessoria de imprensa respondeu que o caso não será comentado, deixando a cargo da Justiça a apuração do ocorrido e responsabilização de culpados.

Quem deseja contribuir para a compra da prótese de Luana deve doar pelo menos R$ 25 no site Vakinha. Clique aqui para visitar o site.

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