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Tarifa de contingência será reavaliada quando reservas de água do Estado chegarem a pelo menos 20%, informa Cagece

Fornecimento de água para a Região Metropolitana de Fortaleza sem a cobrança só seria suficiente até 2020, segundo Cagece
09:15 | Jun. 06, 2019
Autor Alexia Vieira
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Tipo Notícia

A situação de abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) continua sendo uma preocupação, mesmo após chuvas da quadra chuvosa de 2019. Por isso, a decisão da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) é de manter a cobrança da tarifa de contingência nas contas de água dos cidadãos. De acordo com o presidente da Cagece, Neuri Freitas, o fim da taxa extra só acontecerá quando a capacidade hídrica da região for maior do que a registrada no início da cobrança, em 2015.

Quando a tarifa de contingência foi instituída, o volume total dos reservatórios que abastecem a RMF era de 19,2%, incluindo açudes da região (Pacoti, Pacajus, Riachão e Gavião), Castanhão e Orós. Isso representava 1.788,2 hm³, o que foi considerado menos do que o suficiente para fornecer água para as cidades metropolitanas. Por isso, a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) declarou, em novembro de 2015, situação crítica de escassez hídrica na RMF.

Atualmente, o volume dos reservatórios que abastecem a Capital e municípios vizinhos está ainda menor, com 1.111,7 hm³, representando 11,9% da capacidade total. Segundo Neuri, a reavaliação da tarifa só será feita quando a quantidade de água nos açudes for de pelo menos 20% da capacidade total.

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“Nós precisamos manter a tarifa e controlar o consumo para evitar problemas mais adiante”, afirmou Neuri em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 5. Ele explicou que, com o volume de chuvas registrado de fevereiro a maio deste ano, os açudes da RMF receberam aporte considerável. Apesar disso, somente a água deles não é capaz de suprir as necessidades da região plenamente. É preciso utilizar também recursos do Castanhão e do Orós, que fazem parte do sistema integrado de abastecimento da RMF. No entanto, estes reservatórios não tiveram grandes cheias nos últimos anos.

Nos últimos cinco anos, o consumo dos clientes da companhia da RMF diminuiu em 22,38%. Em 2014, o volume utilizado por ligação a cada mês era de 13,72 m³ no período de janeiro a abril. No mesmo período deste ano, o valor consumido foi de 10,65 m³. O presidente disse que esse número quase atinge o que considerado o mínimo para abastecer uma família. Além disso, a economia da água fica evidente quando analisado o número de pessoas que chegam a pagar a tarifa de contingência. Dos 983 mil clientes, 233.926 pagaram a taxa de janeiro a abril deste ano, o que representa 25% do total.

Com o dinheiro, a Cagece deve investir em obras de segurança hídrica e redução de perdas, conforme Neuri. Ao todo, são R$ 88 milhões advindos da tarifa de contingência que devem ser usados para melhoras no macrosistema de Fortaleza, com o intuito de evitar quebras e vazamentos, obras de substituição de redes e revitalização na estação de tratamento de água de Horizonte.

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