Tarifa de contingência será reavaliada quando reservas de água do Estado chegarem a pelo menos 20%, informa Cagece
Fornecimento de água para a Região Metropolitana de Fortaleza sem a cobrança só seria suficiente até 2020, segundo CageceA situação de abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) continua sendo uma preocupação, mesmo após chuvas da quadra chuvosa de 2019. Por isso, a decisão da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) é de manter a cobrança da tarifa de contingência nas contas de água dos cidadãos. De acordo com o presidente da Cagece, Neuri Freitas, o fim da taxa extra só acontecerá quando a capacidade hídrica da região for maior do que a registrada no início da cobrança, em 2015.
Quando a tarifa de contingência foi instituída, o volume total dos reservatórios que abastecem a RMF era de 19,2%, incluindo açudes da região (Pacoti, Pacajus, Riachão e Gavião), Castanhão e Orós. Isso representava 1.788,2 hm³, o que foi considerado menos do que o suficiente para fornecer água para as cidades metropolitanas. Por isso, a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) declarou, em novembro de 2015, situação crítica de escassez hídrica na RMF.
Atualmente, o volume dos reservatórios que abastecem a Capital e municípios vizinhos está ainda menor, com 1.111,7 hm³, representando 11,9% da capacidade total. Segundo Neuri, a reavaliação da tarifa só será feita quando a quantidade de água nos açudes for de pelo menos 20% da capacidade total.
Seja assinante O POVO+
Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.
Assine“Nós precisamos manter a tarifa e controlar o consumo para evitar problemas mais adiante”, afirmou Neuri em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 5. Ele explicou que, com o volume de chuvas registrado de fevereiro a maio deste ano, os açudes da RMF receberam aporte considerável. Apesar disso, somente a água deles não é capaz de suprir as necessidades da região plenamente. É preciso utilizar também recursos do Castanhão e do Orós, que fazem parte do sistema integrado de abastecimento da RMF. No entanto, estes reservatórios não tiveram grandes cheias nos últimos anos.
Nos últimos cinco anos, o consumo dos clientes da companhia da RMF diminuiu em 22,38%. Em 2014, o volume utilizado por ligação a cada mês era de 13,72 m³ no período de janeiro a abril. No mesmo período deste ano, o valor consumido foi de 10,65 m³. O presidente disse que esse número quase atinge o que considerado o mínimo para abastecer uma família. Além disso, a economia da água fica evidente quando analisado o número de pessoas que chegam a pagar a tarifa de contingência. Dos 983 mil clientes, 233.926 pagaram a taxa de janeiro a abril deste ano, o que representa 25% do total.
Com o dinheiro, a Cagece deve investir em obras de segurança hídrica e redução de perdas, conforme Neuri. Ao todo, são R$ 88 milhões advindos da tarifa de contingência que devem ser usados para melhoras no macrosistema de Fortaleza, com o intuito de evitar quebras e vazamentos, obras de substituição de redes e revitalização na estação de tratamento de água de Horizonte.
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente