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Em 10 anos, 2,3 mil mulheres foram mortas no Ceará, aponta pesquisa

Em todo o Brasil, os registros apontam que 5.151 mulheres foram mortas vítimas de arma de fogo dentro das residências
11:50 | Jun. 05, 2019
Autor Jéssika Sisnando
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Jéssika Sisnando Repórter
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Tipo Notícia

O Atlas da Violência mostrou que 2.371 mulheres foram mortas no Ceará entre 2007 e 2017. Em todo o Brasil, os registros apontam 5.151 mulheres mortas vítimas de arma de fogo dentro das residências. Em 10 anos, esse tipo de crime aumentou 40,5%. A pesquisa foi elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O material foi disponibilizado nesta quarta-feira, 4, pela instituição.

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No Brasil, em 2017, a edição do Atlas constatou que ocorreram 13 assassinatos de mulheres por dia. Ao todo 4.936 mulheres foram mortas - o maior número registrado desde 2007. No País, o aumento de homicídios de mulheres foi de 30,7% durante a década.

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Considerando o mesmo período, o Ceará foi o segundo estado com o maior crescimento nos homicídios de mulheres: 176,9%. Rio Grande do Norte liderou com 214,4%. Em Sergipe, o terceiro estado com o maior índice de morte de mulheres, a variação foi de 107%.

Mulheres

Em 2017, Roraima teve o maior número de mortes por grupo de 100 mil mulheres, com 10,6% de variação. A lista segue com Acre, 8,3%, Rio Grande do Norte com 8,3%, Ceará com 8,1% e Goiás com 7,6%.

Em relação à queda, os estados que apresentaram maiores diminuições na década foram Distrito Federal, Espirito Santo e São Paulo.

Para extrair os dados que poderiam distinguir se houve aumento da violência letal contra a mulher ou feminicídio, a pesquisa partiu do ponto que não há como refletir o aumento dos casos específicos, pois a Lei do Feminicídio é nova e os registros de mortes por violência doméstica podem embutir subnotificações. A análise de dados agregados com a área da saúde também não permite uma elucidação. Por saber que as mortes intencionais violentas que ocorrem dentro das residência são de autoria de conhecidos ou íntimos da vítimas a busca pelos números de mortes dentro de casa foram utilizadas para medir evidências na taxa de feminicídio no Brasil.

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