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Laboratório da UFC integrará rede de observatórios da violência formada por cinco estados

A ideia é criar um banco de dados para monitorar índices de violência geralmente subnotificados, como feminicídio e violência contra a mulher, racismo e injúria racial, violência contra LGBTQ+ e intolerância religiosa
15:55 | Mai. 24, 2019
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Pesquisadores cearenses do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), da Universidade Federal do Ceará (UFC), irão integrar a Rede de Observatórios da Segurança, que será lançada na próxima terça-feira, 28, no Rio de Janeiro. O projeto terá bases também em São Paulo, em Pernambuco, na Bahia e no Rio de Janeiro, onde está sediado o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), que coordena a iniciativa. 

Conforme a pesquisadora Sílvia Ramos, coordenadora do grupo, a ideia é continuar o monitoramento de homicídios, roubos e mortes decorrentes de ações policiais, mas acompanhar outros 16 indicadores. Segundo ela, são tipos de violências geralmente subnotificados, como feminicídio e violência contra a mulher, racismo e injúria racial, violência contra LGBTQ+ e intolerância religiosa.

Serão coletados dados também sobre violência contra crianças e adolescentes, linchamentos, violência armada, ações e ataques de grupos criminais, manifestação, greve e protesto. Completam a lista violências, abusos e excessos por parte de agentes do Estado, policiamento, violência contra agentes do Estado, corrupção policial, chacinas, sistema penitenciário e sistema socioeducativo.

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Capilaridade

“Tudo isso, junto com essa rede nos cinco estados, nos dá uma capilaridade. Às vezes, no Rio, não consigo ver o que está acontecendo em Fortaleza, mas uma organização do Ceará, apoiada numa metodologia definida e rigorosa, pode ajudar toda essa rede a entender as dinâmicas próprias do Ceará”, justifica a pesquisadora.

A Rede terá, na Bahia, pesquisadores do Iniciativa Negra. Em Pernambuco, os números serão colhidos pelo Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop) e em São Paulo pelo Núcleo de Estudos da Violência (NEV).

No Ceará, o LEV terá dois pesquisadores responsáveis por compilar tais dados, entre eles, o colunista de segurança pública do O POVO, Ricardo Moura. Ambos ficarão sob supervisão do coordenador do Laboratório, o professor César Barreira. “Vamos tentar complementar os dados oficiais, os dados dos jornais, buscar ONGs, fóruns populares, a ideia é mapear ao máximo para colaborar com a Rede”, disse o docente.

Rio-Ceará

De acordo com Sílvia Ramos, a ideia da rede integrando os estados surgiu após a experiência adquirida com o Observatório da Intervenção. O projeto acompanhou durante 10 meses indicadores do Rio de Janeiro durante a atuação do Exército Brasileiro na intervenção federal ordenada pelo então presidente Michel Temer (MDB).

“A intervenção acabou, temos os mesmos problemas de segurança pública, mas também problemas que às vezes não dependem diretamente de operação policial, polícia na rua, como, por exemplo, feminicídio, violência LGBT e racismo”, disse.

Serviço

O lançamento da Rede de Observatórios da Segurança ocorre no auditório do Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, doa 28 de maio, às 9h30min.

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