Trabalhadores realizam protesto contra MP 868, sobre água e saneamento
A Medida Provisória 868, em tramitação no Congresso Nacional, transfere a competência sobre o serviço de saneamento a empresas privadas. Na manhã desta terça, 21, trabalhadores, sindicatos e funcionários da Cagece protestaram na Praça do Vaqueiro, Vila União, contra a medidaContra a privatização do serviço de saneamento, estiveram reunidos nesta terça-feira, 21, em frente à sede da Cagece, na Praça do Vaqueiro, no Vila União, trabalhadores do setor e sindicatos para protestar contra a Medida Provisória 868. A MP atribui à esfera privada as responsabilidades relacionadas à água e ao saneamento. O protesto ocorreu durante a manhã com o objetivo de sensibilizar e mobilizar a sociedade, alertando para o perigo de uma possível privatização.
Além de trabalhadores da área, estiveram presentes líderes sindicalistas e colaboradores da Cagece, apoiando o ato e convocando mais mobilização. Mais cedo, eles foram ao aeroporto panfletar para políticos e população do local. Outros protestos ainda vão acontecer, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Ceará (Sindiagua), um dos organizadores da manifestação. O objetivo é juntar a demanda aos próximos protestos nacionais dos dias 30 de maio e 14 de junho.
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AssineJadson Sarto, presidente do Sindiagua, conta que o ato ocorreu, principalmente, para mostrar à sociedade os prejuízos caso a medida provisória seja aprovada. Segundo ele, essa aprovação pode acabar com o subsídio cruzado. “O subsídio cruzado é tirar de onde tem maiores recursos e colocar onde não tem. Com a privatização, isso vai acabar. Ou seja, as empresas privadas vão ficar com o “filé” da receita do saneamento no País e vão deixar para o Estado e a União, lugares que não têm condições de se manterem sozinhos”, explica.
É através do subsídio cruzado que populações menos favorecidas recebem serviços de água e saneamento, como defende Sávio Capistrano, colaborador da Cagece há 25 anos, presente no local com outros funcionários do órgão. “A Cagece é contrária à MP, por entender que ela atinge todas as companhias estatais e afeta, diretamente, os serviços prestados pela companhia à população cearense.”, complementa.
O corte no quadro de funcionários é o que mais amedronta José Ivan, que trabalha na Cagece há dois anos. Por isso, ele conta que resolveu ir ao protesto. “A privatização não vai beneficiar a gente. Nós queremos que continue os mesmos direitos ou melhore e acho que a privatização não fará isso”, revela. O trabalhador ainda coloca que, como “empresas visam mais o lucro”, ele teme que cidades do interior passem a ser menos atendidas, já que estão distantes da Capital.