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Réu confesso, acusado de matar menina Débora Lohany é julgado nesta sexta-feira

À época do crime, em 2017, o homem alegou que agiu por vingança
11:16 | Abr. 26, 2019
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Tipo Notícia

Preso por suspeita de ter matado a menina Débora Lohany, Walderir Batista dos Santos, 41, está sendo julgado na manhã desta sexta-feira, 26. Ele já confessou o crime. 

Débora foi morta em março de 2017. Ela brincava com um amigo nas proximidades da av. Raul Barbosa, na Aerolândia, quando foi raptada por um homem, por volta das 20h40min. O rapto foi registrado dia 27, mas o corpo da garota só foi encontrado dia 7 de maio, nas proximidades da Via Expressa, no bairro Dionísio Torres.

À época do crime, em 2017, Walderir foi preso e alegou que agiu por vingança. Ele disse que atuava como flanelinha na região do crime, no bairro Aerolândia, e que teria se desentendido com familiares da menina em decorrência da disputa pela área de atuação, um cruzamento.

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A versão, porém, não convenceu a Polícia Civil e foi refutada por pessoas próximas à família da vítima.

Julgamento

O julgamento desta sexta-feira, 26, é conduzido pelo juiz Raimundo Lucena Neto, da 5ª Vara do Júri, no Fórum Clóvis Beviláqua. Ao todo, oito pessoas serão ouvidas. Os primeiros serão os delegados. Quando o suspeito foi preso, O POVO também apurou que, durante depoimento, ele apresentou comportamento “instável”.

Ele teria dito que não chegou a abusar sexualmente da garota e que usou uma pedra para matá-la, o que justificaria o laudo apresentado pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce), que apontou o traumatismo craniano como possível causa da morte de Débora.

Nesta manhã, uma das testemunhas endossou essa apuração e disse que um vídeo ajudou a identificar o réu. Moradores já tinham visto o suspeito tentando beijar outra criança e chegaram a agredi-lo na rua em protesto. O acusado foi encontrado em Parnaíba, no Piauí, para onde foi deslocada uma equipe de seis policiais, segundo contou uma das pessoas ouvidas.

Outra testemunha deu mais detalhes sobre a ação e a personalidade do réu. De acordo com o relato, o suspeito disse ter ingerido bebidas alcoólicas antes do crime e, naquele mesmo dia, teria tentado agredir outro flanelinha. Ele também teria "arrumado briga" em dois restaurantes nos dias próximos ao crime. Walderir é descrito como "violento" pelas pessoas que foram entrevistadas pela polícia e muitos moradores ouvidos relataram ter medo dele. Uma pessoa chegou a dizer em depoimento que no dia em que arrumou briga nos restaurantes o suspeito estava "com o cão nos couros".

A testemunha também disse que vários homens na mesma condição (com deficiência física) foram encontrados e levados para prestar depoimento na delegacia, mas que nenhum deles era Walderir. Depois descobriram que o réu teria ido para o Piauí e que estaria lá tentando conseguir dinheiro seguir fugindo. 

Tensão

Segundo a promotoria, o réu disse que ao ir testemunhar para Leonardo Barreto, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o delegado colocou uma arma na mesa e teria mostrado um depoimento já pronto para o réu assinar. Barreto negou, disse que isso provavelmente se trata de um "desespero" do acusado, e que todas as informações que constam no depoimento foram dadas pelo réu. Ao terminar de testemunhar, o delegado ainda disse que pretende consignar alegação caluniosa do réu pela acusação.

Com informações do repórter Rubens Rodrigues

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