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Missa celebra os 412 anos de fundação da Paupina, aldeia que deu origem a Messejana

Este ano também marca os dez anos em que a Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Messejana, foi presenteada pelo Governo Regional dos Açores com uma Coroa e a Bandeira do Divino Espírito Santo
21:55 | Mar. 08, 2019
Autor Wanderson Trindade
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Wanderson Trindade Repórter
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Tipo Notícia

Atualizada em 14 de março, às 15h22min

Reduto de concentração econômica e cultural, Messejana carrega consigo riquezas históricas há centenas de anos. Berço do nascimento do escritor José de Alencar, uma das maiores personalidades da literatura cearense e brasileira, o bairro está celebrando seu 412º aniversário de fundação nesta sexta-feira, 8, de acordo com fiéis da Igreja Católica. A data, na realidade, marca a criação da Aldeia de São Sebastião da Paupina – comunidade que tempo depois se tornaria a Messejana.

Para rememorar este dia, foi rezada nesta tarde a tradicional missa na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. O local sacro foi palco da cerimônia de quando a Aldeia da Paupina ganhou o status de vila, tornando-se assim a Vila Real de Messejana, em 1º de janeiro de 1760.

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“Ainda cedo” naquele dia, de acordo com o autor do livro “Messejana”, Edmar Freitas, os moradores da aldeia se reuniram no espaço retangular existente na frente da “pequena capela”. “Convidados a toque de sino, praticamente todos os aldeões se dirigiram para o local demarcado como sendo a praça e, lá, postados defronte à igreja, assistiram a cerimônia de Fundação”, escreveu.

Lançada em 2014, a obra narra ainda: “Instantes depois, quando o sol já havia ganho altura e tinha a aparência de ouro se derretendo do céu sobre a mata que rodeava o lugar, surgiu um grupo de pessoas jamais visto nas redondezas”.

Era a comitiva enviada pelo governador geral de Pernambuco, Marquês de Pombal, a qual estava formada pelos: ouvidor Geral, Bernardo Coelho da Gama Casco; escrivão Luiz Freire de Mendonça; e representante da Justiça Manuel Pereira Lobo. Eles estavam com “a missão de fundar a nova vila”, conforme os escritos de Edmar.

A partir de projeto de lei da então vereadora do Psol Toinha Rocha, o aniversário de Messejana foi oficializado como sendo no dia 1º de janeiro. De acordo com a ex-parlamentar e atual coordenadora Especial de Proteção e Bem-Estar Animal de Fortaleza, além de definir a data, a medida serve para “refletir a importância histórica de Messejana para a cidade, o estado e o Brasil”. A proposta foi aprovada pela Câmara Municipal em 2016.

Dos Açores a Messejana

Há dez anos, o Governo Regional dos Açores realizou homenagem à memória do padre Francisco Pinto de Assis. Em 2009, a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, em Messejana, recebeu de presente uma Coroa e a Bandeira do Divino Espírito Santo do então presidente açoriano, Carlos Manuel Martins do Vale César.

Primeiro missionário açoriano a pisar em terras cearenses, em 1607, padre Pinto teve seus restos mortais guardados na Igreja Matriz. Diante disso, Carlos Manuel ofereceu os regalos como forma de “gratidão” ao seu povo, situado no arquipélago transcontinental, no Oceano Atlântico nordeste.

O atual presidente dos Açores, Vasco Alves Cordeiro, foi convidado para participar da celebração religiosa realizada na tarde desta sexta-feira. O POVO Online teve acesso a carta assinada por ele, em que agradece a convocação. No documento, porém, informou que por causa de compromissos “de natureza inadiável” não pôde comparecer a Fortaleza.

“A presente comemoração, para além de contribuir para o fortalecimento dos laços de amizade entre Messejana e a Região Autónoma dos Açores, recorda o papel dos açorianos na construção desse território do Brasil e reconhece, também, a coragem, determinação e fé destes homens e mulheres que com a sua ação e esforço ajudaram a edificar o Estado do Ceará”, louvou.

Origem do nome Paupina

Durante campanha de evangelização para “ganhar novas almas” para a Igreja Católica, os padres jesuítas Luís Figueira e Francisco Pinto iniciaram jornada pelo interior brasileiro em 1607. Este último, apontado como “querido” entre os nativos catequizados, era chamado de “Pai Pina” ou “Paupina”. A palavra depois daria origem à Aldeia de São Sebastião da Paupina.

No ano seguinte, ao percorrer pela região que corresponde hoje à Serra da Ibiapaba, os religiosos foram atacados por índios tocarijus, de acordo com Edmar Freitas, no livro “Messejana”. Na ocasião, padre Pinto foi morto. Há suspeitas de que ele teve o corpo devorado pelos nativos.

ERRAMOS: O nome do atual presidente dos Açores é Vasco Alves Cordeiro e não como noticiado anteriormente.

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