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Alunos reclamam de atraso no início do ano letivo e mudança de campus de faculdade de Fortaleza

Em entrevista ao O POVO Online, o diretor de ensino da FAC respondeu as principais questões e reclamações dos estudantes
12:10 | Fev. 16, 2019
Autor Lucas de Paula
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Lucas de Paula Estagiário
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Tipo Notícia

A Faculdade Cearense (FAC) está sendo alvo de reclamações. Alunos usaram as redes sociais nos últimos dias para denunciar atraso de 1 mês para início do período letivo e mudança de campus, prejudicando parte do corpo estudantil que mora em regiões metropolitanas.

Além de usar os perfis pessoais, alunos também utilizaram a parte de comentários das páginas da instituição para expor a situação.

ATRASO NO INÍCIO DAS AULAS

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De início, as aulas estavam previstas para começar dia 4 de fevereiro, depois sendo adiadas para o dia 11. Faltando dois dias para o início do período letivo, a Faculdade emitiu comunicado mudando a data novamente, desta vez para 18 de fevereiro e 11 de março. A decisão foi comunicada na sexta-feira, 8, por meio de uma nota nas redes sociais.

Em entrevista ao O POVO Online, o diretor de ensino da FAC Marco Antônio e o ouvidor Clemilton Souza responderam as principais questões. Segundo Clemilton, o motivo do adiamento do início do período letivo é a inauguração de um novo campus, que faz com que as aulas de determinados cursos – que serão relocados para esse novo prédio – só possam começar no mês seguinte, quando a nova unidade será aberta.

FECHAMENTO DE CAMPUS

Além do problema com o atraso das aulas, os estudantes também enfrentam a problemática da mudança do campus, que passará a ser próximo à avenida Luciano Carneiro.

Segundo aluna que prefere não ser identificada, ao realizar a matrícula para o semestre, não houve nenhuma informação de que o atual campus I, na avenida João Pessoa, seria fechado e os alunos seriam transferidos para uma nova unidade em outro bairro. A mudança dificulta a logística para voltar para casa, visto que muitos utilizam transporte público para cidades metropolitanas.

De acordo com Clemilton, o prédio antigo era alugado e, após impasses com negociações, a instituição optou pela mudança. Somado a isso, o campus também teria problemas estruturais que contribuíram para a decisão. O atual campus não comportaria todos os laboratórios dos cursos de Comunicação Social. “Nós tentamos conseguir um prédio por aqui, mas infelizmente nós não encontramos nenhum. Nós procuramos um prédio próximo, mas o que mais encontramos que atende à universidade foi lá”, contou Clemilton.

Ainda segundo Clemilton, a demora para o anúncio do novo campus se deu para evitar a divulgação de respostas ainda não concretas. “Nós só demos a informação quando pegamos o contrato que foi assinado. A partir daí nós passamos a informação correta. No final da rua tem um prédio, mas não deu certo. Nós não estamos fazendo isso porque nós queremos essa mudança. Não existe essa possibilidade”, afirmou.

Alunos usam páginas da faculdade para expôr indignação
Alunos usam páginas da faculdade para expôr indignação (Foto: FOTO: Reprodução)

"Muita gente só tá ali porque é perto, muita gente é de região metropolitana e está ali por causa disso. É muito acessível para pegar ônibus", afirmou aluna de Publicidade & Propaganda, ao O POVO Online. 

Os cursos relocados são: Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Educação Física, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Arquitetura e Urbanismo, Gestão Financeira, Jornalismo, Logística, Publicidade e Propaganda, Rede de Computadores e Turismo.

“Eu não faço a mínima ideia de como vou chegar lá [no novo campus], de como vou pegar um ônibus 10 horas da noite para voltar para minha cidade”, afirma aluna, que mora em cidade metropolitana e prefere não ser identificada.

A transferência de prédio causou revolta nos estudantes, que se matricularam acreditando que estudariam na unidade da João Pessoa.

“Eles disseram que a gente simplesmente tem que aceitar, que o novo campus é melhor. A questão não é ser melhor. Eu não tenho como voltar para casa”, afirma aluna que mora em região metropolitana.

FÉRIAS

Segundo estudante da Faculdade Cearense que prefere não ser identificado, eles teriam que estudar no mês das férias para não atrasar o semestre seguinte, que começaria logo em seguida. Em resposta ao O POVO Online, Clemilton garantiu que não haverá problemas quanto a isso.

“Nós estamos fazendo um calendário especial. Se eles vão estudar em julho eu ainda não sei, mas o que eu posso lhe garantir é que eles não terão prejuízo nas suas atividades. Nem acadêmico, nem financeiro. Podem perder 1 ou 2 dias a mais, mas está sendo trabalhado um calendário.”

CURSO DE DIREITO

Outra dúvida dos alunos seria o critério escolhido para deixar o curso de Direito no Campus II da João Pessoa. Em resposta ao O POVO Online, Clemilton afirmou que a questão é jurídica. Segundo ele, a instituição possui convênio com a Defensoria Pública para atuação do escritório jurídico apenas naquela área.

"Temos um convênio com a Defensoria Pública, exatamente para atender nessa área aqui. Então nós não podemos levar para a área do Montese, porque senão nós temos que fazer todo o processo [de convênio] novamente."

ATRASO NO SALÁRIO DOS PROFESSORES

Segundo fonte ao O POVO Online, alguns professores teriam relatado em sala de aula que estariam com o salário atrasado desde julho. Perguntado sobre um possível atraso nos salários, Clemilton afirmou que a instituição nunca chegou a atrasar salário de funcionários em um período tão grande de tempo. “Não é verdade. Não é verídico”, afirmou.

Apesar disso, contou que já ocorreram alguns atrasos. “Hoje é comum atrasar, não é só a Faculdade Cearense. A crise está muito difícil. A gente precisa melhorar urgentemente nosso país e a economia”.

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