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Após cumprir pena pelo sequestro de Abílio Diniz, professor faz greve de fome por vaga em escola

Secretaria da Educação de Fortaleza nega perseguição, afirma que docente já foi convocado para unidade escolar e aguarda apresentação ao cargo
17:58 | Fev. 22, 2019
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O professor Raimundo Rosélio Costa Freire, 54, faz greve de fome como forma de protesto contra a Secretaria Municipal da Educação (SME). Historiador por formação, ele conta que foi aprovado em concurso para trabalhar na rede pública municipal, mas não é lotado por perseguição devido ao seu passado de guerrilheiro. A pasta responsável por gerir a educação na Capital nega fazer uso de tal prática e explica que o profissional já foi convocado para lecionar.

No passado, Rosélio foi um dos condenados pelo sequestro, em 11 de dezembro de 1989, do empresário Abílio Diniz, do grupo Pão de Açúcar. Ele ficou 14 anos preso. “Vivi um calvário humano e jurídico além da conta lutando por utopias para mudar o mundo pela luta armada. Hoje, o contexto é outro, porém, continuo pagando pena pelo preconceito, discriminação e vingança do passado”, declara.

No relato publicado em rede social, o professor conta que tentou vaga na Escola Municipal Professora Terezinha Ferreira Parente, na Lagoa Redonda, mas não conseguiu mesmo após longas horas de espera. “Tenho direito, existe a carência, porém hoje a humilhação foi além da conta”, critica.

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“Não estou vendendo minha força de trabalho para o tráfico nem quero ser bandido de facção. Apenas quero ser professor e minha lotação que tenho direito. Se hoje larguei o fuzil, todavia não abro mão de minha dignidade”, completa.

Secretaria da Educação

Além de negar qualquer prática de perseguição, a SME explica que as seleções públicas ocorrem para suprir carências existentes na rede, portanto, os professores são convocados de acordo com a demanda, obedecendo a ordem crescente de classificação final. A pasta aponta que a escola de interesse do professor Rosélio não tem carência de profissionais, por isso ele não pode ser lotado lá.

“A SME reforça ainda que o professor já foi convocado para lotação em outra unidade escolar. Neste momento, o Distrito de Educação responsável aguarda a apresentação do profissional para a efetivação do cargo”, informa em nota.

O POVO Online tentou contato com Rosélio durante a manhã e a tarde desta sexta-feira, 22, mas as chamadas não foram atendidas.

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