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Quem é Luís Mauro Albuquerque, secretário pivô da crise no Ceará

Hoje com 50 anos, o brasiliense Luís Mauro Albuquerque Araújo atua na segurança desde os 19, em trajetória que o levou a se tornar referência na doutrina de intervenções em presídios
13:04 | Jan. 08, 2019
Autor Carlos Mazza
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Carlos Mazza Repórter de Jornalismo de Dados
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Tipo Notícia

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Foi um massacre no presídio de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, que levou o policial civil Luís Mauro Albuquerque a se fixar no Nordeste. Então titular da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais do Distrito Federal, o brasiliense foi nomeado em janeiro de 2017 coordenador de uma força-tarefa federal que buscava retomar o controle do presídio potiguar.

À época, presos amotinados ocupavam os pavilhões 4 e 5 da penitenciária, em rebelião que durava 13 dias e já havia deixado 26 mortos. Às 6 horas do 14º dia, no entanto, agentes liderados por Luís Mauro entraram em Alcaçuz e encerraram o conflito. Poucos meses depois, ele seria anunciado Secretário de Justiça e Cidadania pelo governador Robinson Faria.

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Hoje com 50 anos, o brasiliense Luís Mauro Albuquerque Araújo atua na segurança desde os 19, quando ingressou na Polícia Militar do Distrito Federal. Após oito anos na corporação, passou aos quadros da Polícia Civil do DF e, posteriormente, da Polícia Civil de Custódia, cargo que o levou a se tornar referência na elaboração de doutrinas de intervenção em prisões.

[SAIBAMAIS]“Linha dura”

Luís Mauro assumiu o comando do sistema penitenciário do Rio Grande do Norte em maio de 2017, em período conturbado que já havia derrubado quatro secretários em menos de dois anos. Na gestão, manteve estilo “linha dura”, deixando de separar presos por facções e implementando rotinas rigorosas de inspeção, inspiradas no sistema penitenciário federal.

"Eles [presos faccionados] têm a certeza de que vão voltar à situação que era antes. Eu posso afirmar que isso não vai acontecer", disse, à época, ao UOL, apostando em “risco zero” de novas rebeliões. A postura provocou reação de facções, que realizaram diversos atentados em Natal e no Interior potiguar. Após algumas semanas, no entanto, a “poeira baixou”.

Crise no Ceará

O estilo polêmico levaria Luís Mauro a Fortaleza em janeiro de 2019. Mesmo convidado para ficar no Rio Grande do Norte pela governadora Fátima Bezerra (PT), ele decidiu aceitar convite de Camilo Santana (PT) e migrar para o Ceará. Antes disso, o secretário teve breve passagem pelo estado em junho de 2016, quando atuou em intervenções em presídios cearenses.

Luís Mauro evidenciou estilo rigoroso já na cerimônia de posse, chamando a atenção ao assumir o cargo vestindo fardamento policial. Logo nas primeiras declarações, disse “não reconhecer” facções criminosas e admitiu acabar com a separação de presos por facções nos presídios. Até agora, tem mantido a promessa com intensas revistas e apreensões.

As falas de Luís Mauro são hoje consideradas uma das principais causas de ataques criminosos promovidos por facções no Ceará. Em pichações e mensagens espalhadas pelo crime, é exigida a saída imediata do secretário e reversão das medidas adotadas. “Mexemos no vespeiro e não vamos recuar”, afirma o secretário da Segurança Pública, André Costa.

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