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"Ela acordou bem", diz mãe de cearense que despertou de coma após complicações no parto

Luana de Holanda Gomes se recupera depois ter passado 13 dias em coma induzido. Bancária e ritmista de bloco carnavalesco, ela é dona de vasta rede de amizade que conseguiu doação de 298 bolsas de sangue
20:22 | Jan. 18, 2019
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“Para a nossa surpresa, ela acordou bem, nos reconhecendo.” O relato é de Auryleidi Barros de Holanda Gomes, mãe da cearense Luana de Holanda Gomes, de 27 anos. Ela agradece a Deus pela recuperação da filha, a qual recentemente despertou de coma induzido após 13 dias desde quando sofreu com complicações durante parto em que a criança veio a falecer. Bancária, ritmista de bloco carnavalesco e dona de vasta rede de amigos, Luana ainda não está consciente da perda, mas já tem sentido a força de centenas de pessoas movidas por correntes de oração e doação em prol de sua vida.
  
O caso começou no dia 3 deste mês, quando Luana foi ao Hospital e Maternidade Gastroclínica realizar ultrassom para avaliar a situação da gravidez. Recebendo informação de que havia quantidade satisfatória de líquido no útero, ela voltou para casa com notícia de que estaria próxima do aguardado parto normal. No final daquela tarde, porém, sentiu-se mal, apresentando ânsia de vômito e pressão baixa. “No mesmo momento, a levamos para o hospital, mas no caminho a bolsa rompeu e ela desmaiou”, relembra Aury.
  
“Foi tudo muito rápido. Luana se queixava de muita dor para respirar. E eu falava para ela ter cuidado porque o bebê não podia parar de respirar também. Com todo sufoco, ela ainda estava tendo o maior cuidado do mundo”, disse a mãe, que estava acompanhada do pai e do namorado da filha.
  
No hospital, médicos e enfermeiros realizaram procedimentos para fazer com que a respiração de Luana voltasse ao normal. O profissionais, no entanto, não conseguiram ouvir os batimentos do bebê. A partir daí, foi dado início à cirurgia cesárea. “Quando ‘abriram’ a barriga já tinha muito sangue, pois (Luana) teve hemorragia. Os médicos explicaram que teve um rompimento, como se fosse uma ‘varize’ no útero, que não dá para detectar pelo ultrassom”, conta Aury.
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De acordo com a mãe, o hospital informou que Luana teria apresentado Coagulação Intravascular Disseminada, espécie de doença muito rara, cujos sintomas incluem a formação de coágulos de sangue e hemorragia em diversos locais do corpo. O POVO Online entrou em contato com Gastroclínica para confirmar diagnóstico médico, porém ainda não obteve resposta.
  
Fé e boa ação
  
Relatos de Auryleidi Barros de Holanda Gomes ao O POVO Online dão conta de que, assim que Luana entrou em coma induzido, muitas pessoas passaram a transmitir boas energias por meio da fé e também de doações de sangue. “A saúde dela ficou por um fio. Os médicos mandaram fazer muita oração, pois Luana estava praticamente desenganada”, afirma a mãe, declarando ainda que um dos médicos chegou a usar o termo “situação desesperadora” para descrever o estado da paciente.
  
Luana trabalha no Banco do Brasil, é ritmista do bloco carnavalesco Unidos da Cachorra e também muito querida por amigos. Tanto é que assim que teve quadro clínico agravado centenas de pessoas fizeram movimentação nas redes sociais para conseguir bolsas de sangue, pois ela necessitava com urgência de reposição de plaquetas.
  
Emocionada, Aury recorda de conversa com funcionários do hemocentro Fujisan. “Em duas horas, foram doadas 50 bolsas de sangue. Disseram que nunca tinham visto nada assim”, diz orgulhosa. Última contabilização feita é de que 298 bolsas tinham sido doadas.
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Afora o sangue conseguido, a mãe ressalta a importância da fé transmitida por uma verdadeira rede de orações que visava a melhoria de Luana. “Até o pessoal que olha os carros aqui do hospital ficaram dizendo que estava rezando por ela”, rememora. Em meio à tensão pela recuperação da filha, Aury diz que até mesmo o enterro do bebê foi providenciado por amigos. “Porque a gente estava com a cabeça louca, não conseguia pensar nisso”, declara.
  
A volta para casa
  
Luana ainda permanece em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas nos últimos dias tem recebido medicação reduzida. “Para a nossa surpresa, ela acordou bem, nos reconhecendo”, diz a mãe aliviada, que informa estar buscando apoio psicológico para saber como proceder quanto à informação sobre a criança.
  
“A Luana ainda não sabe. Estamos deixando ficar um pouco mais forte para contar. A psicóloga está explicando como é a melhor forma de condução disso, mas estamos esperando ela tentar se recuperar mais. Luana tem sido uma guerreira, e todas as nossas orações fizeram ela ir acordando calma”, explica a mãe.
  
Carnavalesca de alma forte e festiva, a ritmista completará 28 anos no próximo dia 7 de fevereiro. Até lá, a família espera que Luana já esteja em casa. Se as expectativas se confirmarem, Aury já garante: “Vou fazer uma grande festa para ela!”

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