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Lojas do Centro funcionam normalmente nesta terça; em alguns bairros da Capital comércio fecha

17:29 | Jan. 08, 2019
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Tipo Notícia
Em meio a boatos de toque de recolher e medo dos ataques que ocorrem em Fortaleza e na Região Metropolitana há sete dias, comerciantes têm dado respostas diferentes à situação de insegurança na Cidade. Ponto de grande fluxo de consumidores, o Centro da Capital funcionou normalmente na manhã desta terça-feira, 8, mas lojistas relataram queda no movimento esperado para esta época do ano. Já em periferias das zonas Leste e Oeste visitadas pelo O POVO Online, ruas desertas e lojas fechadas marcam esta manhã.
 
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Depois de demorar duas horas para chegar ao trabalho devido ao funcionamento irregular dos ônibus, o gerente de uma loja de cosméticos localizada próximo à Praça do Ferreira, Bismarck Musse, disse que o comércio não recebeu muitos clientes nos últimos dias. “Estamos até fechando mais cedo e diminuindo a carga horária dos funcionários”, comentou. Ele contou ainda que escutou boatos sobre suposto toque de recolher para os empresários, contudo, segundo Musse, os comerciantes do Centro estão optando por permanecer em atividade, apesar do medo. “Ontem (segunda-feira, 7) operamos o tempo todo com as grades prontas para fechar”, relatou.

Precauções

Seguindo a movimentação das lojas que funcionam ao seu redor, na rua Guilherme Rocha, a ambulante Lúcia de Fátima disse que está trabalhando tranquilamente, mas também deixa o local mais cedo. “Depois que as lojas fecham, não podemos ficar aqui sozinhos”. Ela explica que durante os dias de ataques a banquinha tem funcionado apenas até 16 horas. Lúcia diz que policiais chegaram a orientar os comerciantes a fechar antes do horário normal.
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Medo no comércio

Na avenida Leste-Oeste, que cruza bairros como Cristo Redentor, Pirambu, Moura Brasil e Barra do Ceará, os comércios fecharam as portas nesta manhã e poucas pessoas andavam nas ruas. No canteiro central, lixo se acumulava e transbordava das lixeiras. A coleta de lixo da Capital está irregular após medida de precaução. Os caminhões das empresas responsáveis pelo serviço foram recolhidos.

[SAIBAMAIS]A diferença no nível de segurança da Capital também foi sentida em distintas partes do bairro Quintino Cunha. Nas avenidas e ruas principais, as lojas e restaurantes abertos contrastavam com os pequenos comércios fechados das ruas secundárias. “A Polícia está direto passando, aqui está tranquilo, só que mais para dentro, perto do Vila Velha, ouvi que está mais crítico”, disse o entregador de móveis Carlos Roberto do Nascimento que trabalhava em loja na rua Rosinha Sampaio. 

“A sensação de impotência e de insegurança é constante”, diz a comerciante Regina Souza. Dona de uma loja de materiais de construção na avenida Independência, ela mantém o comércio fechado há dois dias. Segundo Regina, pessoas avisaram que era preciso fechar os negócios da via. Para “evitar confusão”, ela acatou. 

O mesmo cenário se repetiu na avenida Edilson Brasil Soares, na Sabiaguaba. Apesar do tráfego intenso de viaturas da Polícia Militar, a maioria das lojas da região sequer abriram nesta terça-feira. Moradores da região e alguns comerciantes que insistiram em abrir seus comércios evitaram falar com a reportagem. “Em um dia normal, todas essas lojas estariam abertas, mas todo mundo sabe porque hoje está assim”, disse um empresário, sob condição de anonimato.

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