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Movimento ambientalista critica retirada de árvores da Santos Dumont para obras do binário

Na obra do binário da avenida Dom Luís com outro trecho da Santos Dumont, em 2014, foram removidas cerca de 200 árvores
16:07 | Jan. 31, 2019
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Com a retirada do canteiro central da avenida Santos Dumont, no trecho entre a avenida Engenheiro Santana Júnior e a rua Dr. Francisco Matos, pelo menos 70 árvores presentes no local também estão sendo removidas. As obras estão acontecendo para continuar a implantação do binário feito entre as avenidas Santos Dumont e Dom Luís em 2014. Participante do movimento ambientalista Pró-Árvore, a professora universitária Bilica Leo reclama da retirada da vegetação no local. Ela afirma que a ação implicará no conforto ambiental da população.

“Os cidadãos vão ter o fluxo de carros melhorado, mas em compensação vão arder no sol”, prevê Leo. A ativista questiona a política de compensação ambiental da Prefeitura quando faz obras que necessitam da remoção de árvores. Para Bilica, a quantidade de vegetação nas vias da Capital, que já é uma cidade de clima quente, influencia diretamente na sensação térmica. “Como implantar mais ciclofaixas se não existem árvores para diminuir o calor dos ciclistas?”, questiona.

Titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf), Manuela Nogueira, explica que a retirada das árvores é necessária para a requalificação das calçadas, das faixas dos carros e para a implantação da ciclofaixa. “O binário não é apenas para os carros ou transporte público, é também para pedestres e ciclistas. Para garantir a segurança viária e ter espaço suficiente, precisamos retirar”, diz a secretária.

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Um relatório feito pela Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (Urbfor) diagnosticou quais árvores poderiam ser transplantadas para outros pontos da cidade. O estudo foi feito por agrônomos e técnicos da autarquia e identificou também os tipos de espécies presentes no canteiro. Manuela esclarece que a mudança será feita por funcionários da Urbfor, e não pela construtora responsável pela obra.

Para facilitar o acompanhamento pós-transplante, Manuela afirma que a maioria delas serão plantadas novamente juntas, na avenida Juscelino Kubitschek, no bairro Passaré. Na primeira parte da obra, feita em 2014, cerca de 200 árvores foram retiradas. Parte delas foi transplantada para o Horto Municipal. Entretanto, segundo Bilica Leo, muitas das árvores não “vingaram” no novo local. A ativista diz ainda que a política de transplante foi adotada depois das reivindicações dos movimentos ambientalistas da cidade na época, mas não foi feita de forma satisfatória.

Além do transplante, a secretária afirma que, para cada árvore retirada da Santos Dumont, sete serão plantadas pela Prefeitura. Segundo ela, a licença ambiental concedida para a obra recomenda que o órgão plante só três árvores para cada uma removida. As mudas serão colocadas na avenida Santos Dumont, na rua Desembargador Lauro Nogueira, que faz parte do sistema binário, e também em escolas e praças públicas. Bilica diz que o Pró-Árvore ainda tentará marcar reunião com representantes dos órgãos municipais para questionar a retirada da vegetação.

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