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Os cuidados na hora de montar a decoração de Natal

Um dos produtos mais usados nessa época do ano é o pisca-pisca. Instalação é cercada de recomendações de especialistas
09:43 | Dez. 04, 2018
Autor Rubens Rodrigues
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Rubens Rodrigues Repórter do OPOVO
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Tipo Notícia
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É dezembro. As decorações de Natal já tomam conta das praças, e as cidades começam a articular as celebrações. Nas residências, as luzes coloridas passam a ganhar destaque. Árvores, varandas, janelas e até portões ganham enfeites. Mas é preciso ter atenção e tomar os devidos cuidados na decoração natalina para evitar acidentes. Um dos produtos mais usados nessa época do ano é o pisca-pisca. Com a chegada dos últimos meses do ano, cresce a venda dos produtos, e nem sempre da forma mais indicada. É preciso ter atenção para não levar para casa um produto de baixa qualidade ou procedência duvidosa. 

A dica é sempre procurar, na embalagem, selos de certificação nacional, a exemplo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Para além da qualidade, é preciso estar atento no consumo de energia. De acordo com o tenente Romário Fernandes, do Corpo de Bombeiros, as luzes de pisca-pisca têm, em regra, não costumam implicar em aumento significativo do consumo. “Mas vai depender da qualidade do material, do uso e da quantidade. O artigo de procedência duvidosa pode ter uma estrutura elétrica mal feita e que gere consumo de energia desproporcional à luminosidade que ele oferece”, explica. 

“Se você usa as luzes em todas as janelas e árvores, vai acabar implicando em consumo elevado”, lembra o tenente. Para segurança, a orientação é, em caso de uso de mais de uma corrente de luzes, não ligar todas na mesma tomada. A má distribuição pode, ocasionalmente, resultar em curto-circuito devido à sobrecarga da tomada. Evitar o pisca-pisca ligado 24 horas também reduz o risco de acidentes.

O bombeiro explica ainda que, ao comprar produtos luminosos, é preciso abrir e examiná-lo logo, para checar se ele está em perfeitas condições de uso. Lâmpadas quebradas ou fios desencapados são sinais de choque elétrico ou acidente a caminho. “Caso haja necessidade de remendo, a indicação é usar sempre a fita isolante preta em quantidade suficiente para dar algumas voltas ao redor do fio e isolar a possibilidade de choque. A emenda nunca deve ser feita com qualquer outro tipo de fita”, continua. 

Não convém também colocar fios próximos uns dos outros. A dica é fazer um espiral com fios afastados, evitando o contato de um trecho de fio com outro. “É preciso usar os produtos de forma inteligente e não querer enfeitar demais, evitando exageros no consumo e acidentes”.

Professor do departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Ceará (UFC), Carlos Castelo Branco explica que é preciso verificar onde o material luminoso vai ser instalado e se ele pode ser deixado em ambientes externos. “Muitas vezes se vê decoração em varanda e árvores, mas nem sempre as fiações e conexões são apropriadas para uso externo. Tanto em questão da luz do sol intensa quanto em relação à umidade”, alerta. 

“O ideal é contratar um engenheiro eletricista se for algo mais complexo, em ambientes onde são necessárias muitas lâmpadas decorativas. Também é preciso verificar as condições de uso”, destaca. Em caso de uso externo, o material não pode ficar sujeito ao alcance de pessoas “sem qualificação para operar”, como crianças. 

Mesmo dentro do ambiente residencial, o ideal é fazer uso dos dispositivos que fazem proteção contra choque elétrico. É o caso dos interruptores Diferenciais-Residuais (DRs). Os dispositivos são usados para a proteção quando há contato direto ou indireto, cortando eventuais efeitos de correntes. O interruptor é instalado no quadro elétrico e, dependendo do tipo, pode custar de R$ 90 a R$ 190. 

Independentemente do tipo de iluminação decorativa, é importante sobretudo verificar a instalação elétrica da residência. O especialista em eficiência energética da Enel Distribuição Ceará, Marcony Melo, destaca a importância de planejar os locais que vão receber a instalação. “A decoração precisa ser espalhada por vários pontos da casa para não aquecer as luzes. Se forem ligadas na tomada, é preciso evitar extensões com emendas mal feitas, jogadas por baixo do tapete ou móveis”.

De acordo com a Enel, o exagero na decoração ligada na energia elétrica pode resultar no aumento de consumo de 10% a 15% no consumo do período. Em caso de decoração de fachadas, é indicado contratar um eletricista experiente, que possa dimensionar a carga que será ampliada e evitar a aproximação da instalação com a fiação da rede elétrica.

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