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Mais de 100 cobradores foram demitidos após ônibus só com vale eletrônico

Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro), mais de 100 demissões já foram consolidadas desde 29 de outubro
20:19 | Dez. 21, 2018
Autor Larissa Carvalho
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Tipo Notícia

Em razão das novas mudanças no sistema de transporte coletivo de Fortaleza, mais de 100 demissões de cobradores já foram consolidadas de 29 de outubro até hoje. Os dados são do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro). Nesta sexta-feira, 21, o sindicato se reuniu com cobradores e motoristas no terminal do Conjunto do Ceará para mais um protesto.

“Estamos fazendo as mobilizações para que não aconteçam mais demissões dos trabalhadores. Também para chamar a atenção do Prefeito e do Sindiônibus à questão do desemprego e da população, que fica refém de um bilhete único para circular no ônibus”, pontua o presidente do Sintro, Domingo Neto. O risco, segundo a entidade dos trabalhadores, é que cerca de 4.500 cobradores sejam demitidos com a implantação da mudança.

De 280 linhas de ônibus do transporte intramunicipal de Fortaleza, 14 delas - o que representa 80 ônibus - já estão circulando sem cobrador, conforme Domingo Neto. Para ele, se os cobradores fossem remanejados para outra função dentro das empresas, como motoristas, por exemplo, ainda assim não se resolveria o desemprego. “Mais de 80% deles não têm habilitação para dirigir”, pontua o presidente do Sintro. Segundo a entidade, a preocupação é de que haja mais demissões até o fim de dezembro.

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Notificação

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) notificou a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) e o Sindicato das Empresas e Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) nesta quinta-feira, 20, em razão das mudanças ocorridas no transporte coletivo. “Com a ação do Ministério Público, nós estamos fazendo nossa parte na questão política e sindical com as paralisações”, declara o vice-presidente do Sintro, Sérgio Barbosa. Ele ainda considera que algumas das demissões estão ocorrendo em razão de “assédio moral e práticas anti-sindicais dos patrões”.

“Estamos tentando falar com o prefeito Roberto Cláudio e a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos para formar uma comissão e tratar do assunto. Não podemos aceitar do jeito que estão fazendo. Tem que conversar com a população e a categoria. Tem que ter respeito total”, dialoga o presidente, Domingo Neto.

Procurada pelo O POVO Online, a Etufor informou que não iria se posicionar pois a questão cabe ao Sindiônibus.

Até a publicação desta matéria, a reportagem não conseguiu entrevista com algum representante do Sindiônibus. Em nota, o sindicato informou que recebeu a notificação do MPCE e protocolou “resposta esclarecendo todos os questionamentos". "Neste momento aguardamos o posicionamento do órgão”, comunicou o Sindiônibus.

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