Motoristas protestam contra ônibus sem cobrador no Terminal do Antônio Bezerra
A categoria não aceita o projeto da Prefeitura de Fortaleza que implementa ônibus sem cobradores e reforça a possibilidade de greve da categoria em Fortaleza e na Região Metropolitana
[FOTO1]Cerca de 50 ônibus ficaram parados por 1h30min no Terminal do Antônio Bezerra na manhã desta quinta-feira, 29, em protesto de motoristas contra o projeto da Prefeitura de Fortaleza que está implementando veículos que circulam sem cobrador. Nestes ônibus, apenas crédito eletrônico é aceito como pagamento. A paralisação começou às 9h30min e terminou às 11 horas. Os veículos já estão voltando a circular. Responsável pela implantação do projeto, o Sindiônibus não se manifestou.
[SAIBAMAIS]Domingo Neto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro), denuncia que a Prefeitura não estabeleceu diálogo com a categoria, que teme 4.500 demissões com a "extinção" da função do cobrador. Ele frisa a possibilidade de greve. "Esse é mais um ato que estamos mobilizando porque se for preciso vai acontecer uma grande greve em Fortaleza e Região Metropolitana em defesa ao emprego dos cobradores", afirma.
De acordo com Domingo, dez veículos estão circulando neste modelo. No começo, eram seis. Isso aumenta a preocupação dos trabalhadores.
Esta é pelo menos a quarta paralisação organizada pelo Sintro desde o último dia 29 de outubro, há exatamente um mês, quando as linhas diferencias foram implementadas. Na última segunda-feira, 26, cerca de 15 ônibus ficaram parados na Praça da Estação, no Centro de Fortaleza enquanto cobradores e motoristas protestavam contra demissão em massa de trabalhadores.
Procurada pelo O POVO Online, a assessoria do Sindiônibus afirmou que o órgão não falará sobre o assunto. Uma justificativa para o silêncio também não foi dada.
A Prefeitura de Fortaleza assegurou que o vier para incorporar qualidade na prestação do serviço deve ser considerado. De acordo com o município, ganho no tempo de viagem e conforto do usário devem ser levados em consideração a partir do estudo que está sendo realizado pelo Sindiônibus. De acordo com a assessoria de comunicação do município, a Prefeitura não se posiciona em relação a demissão dos cobradores, já que a causa é da relação entre empregado e empresa.
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O POVO Online esteve no terminal e percebeu grande quantidade de pessoas sentadas em decorrência da não circulação de ônibus. Helton Gomes, 26, apoia as reivindicações dos motoristas, mas defende um aviso prévio à população quando houver paralisação. "Deveriam deixar, pelo menos, 30% dos ônibus rodando, não tirar a frota toda", avalia.
Redação O POVO Online,
com informações do repórter Ítalo Cosme
