Participamos do

Hospital São José registra 146 mortes por aids de janeiro a setembro de 2018

Nos últimos cinco anos, Ceará registrou aumento de 2,8% nas mortes pela síndrome. Este sábado, dia 1º, é o Dia Mundial de Luta contra a Aids
15:48 | Nov. 30, 2018
Autor O POVO
Foto do autor
O POVO Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia
[FOTO1] 
Com nove locais de atendimento para pessoas com HIV, Fortaleza não tem espaço para a demanda de pacientes. A denúncia é de Vando Oliveira, presidente da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV (RNP). Segundo ele, só um desses serviços de assistência recebe pacientes novos. A declaração foi dada em entrevista à Rádio O POVO CBN, na manhã de quarta-feira, 28. Segundo Vando, só o Hospital São José, referência na área, registrou pelo menos 146 mortes por aids (síndrome causada pelo HIV) até setembro. Este sábado, 1º de dezembro, é o Dia Mundial de Luta contra a Aids.

O coordenador da área técnica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Marcos Paiva, foi procurado pelo O POVO Online e rebateu as informações sobre a assistência no Município. Ele garante que os nove postos que prestam atendimento a pessoas com HIV e aids estão funcionando normalmente e que não há fila de espera. Os casos recém-diagnosticados ou que requerem atendimento básico são acolhidos pelo Município, já os quadros emergenciais são encaminhados para o Hospital São José, que é vinculado à rede estadual. A prioridade desse hospital são pacientes do Interior. 
 
[SAIBAMAIS]Equipamentos como o Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana e a Policlínica João Pompeu Lopes Landau, no Jangurussu, realizam atendimento imediato e agendamentos de consulta. O coordenador afirma, ainda, que mais três unidades de atendimento básico serão inauguradas em 2019. Os postos serão vinculados a universidades. Os nomes das instituições não foram divulgados. O Hospital das Clínicas e o Hospital Geral de Fortaleza também atendem casos da Capital e do interior do Estado.

O Ministério da Saúde divulgou o Boletim Epidemiológico da HIV/aids de 2018 na última terça-feira, 27. Os números trazem informações sobre a detecção do vírus nas regiões brasileiras, bem como dados sobre os óbitos decorrentes da doença desde 1980 até agora.

Óbitos em decorrência da aids no Ceará diminuem menos do que o percentual nacional. Levando em consideração os números de mortes pela doença, a redução com dados do Brasil inteiro ficou em 8,1%, se comparados os últimos dois anos de dados consolidados. O Ceará teve somente 2,5% de diminuição no mesmo período. Em Fortaleza, cerca de 7.700 pessoas estão passando por atendimento em decorrência do HIV e da aids, diz Marcos Paiva. 

Utilizando dados de 2013 a 2017, intervalo de cinco anos, os óbitos por aids chegaram a aumentar 2,8% no Ceará, enquanto no Brasil a redução foi de 8,7%. Para Vando, o Estado tem problema por ter uma centralização de atendimento na Capital, deixando os pacientes do Interior em situação de desvantagem. De acordo com o coordenador da SMS, os equipamentos municipais cuidam dos casos de Fortaleza e as demandas do Interior são atendidas pelo Hospital São José. 

Até junho de 2018 foram registrados 535 casos de HIV no Ceará. Em 2017 foram 1.534 contra 1.366 em 2016. A redução entre estes anos foi de 168 casos, o que corresponde a menos 10% de diagnósticos. Já os casos de aids registrados pelo Sistema de Informação e Agravos de Notificação (Sinan) no Estado, no mesmo período, caíram 7,1%.
 
Com a aproximação do Dia Mundial de Combate à Aids, 1º de dezembro, o presidente da RNP reclama da falta de campanhas educativas para compartilhar a importância do diagnóstico e tratamento do vírus e da doença. Ele diz que esse tipo de iniciativa ficou “no passado”, quando não havia tanta informação sobre o vírus. Atualmente, ele indica, elas se limitam ao dia mundial e ao Carnaval - quando há maior registro de propagação de doenças sexualmente transmissíveis.
 
O coordenador Marcos Paiva afirma que as reivindicações de Vando apontadas na entrevista à rádio são legítimas e que os movimentos sociais devem cobrar Estado e Município para que o amparo dado aos pacientes seja melhorado cada vez mais. “A cobrança é uma forma de nos auxiliar a melhorar o nosso serviço de atendimento”, ressaltou.
 
Locais de atendimento para pessoas com HIV/aids em Fortaleza:
 
Policlínica João Pompeu Lopes Randal
Endereço: Rua Estrada do Itaperi - Passaré

Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana (Referência para gestantes)
Endereço: Avenida Perimetral, 7770, Messejana

Hospital Distrital Gonzaga Mota do José Walter
Endereço: Avenida D, 440, José Walter - 2ª Etapa 

Hospital Nossa Senhora da Conceição
Endereço: Rua 1018, 4ª etapa, 148, Conjunto Ceará

Hospital da Mulher
Endereço: Rua George Rocha, 50, Demócrito Rocha

Posto de Saúde Anastácio Magalhães
Endereço: Rua Delmiro de Farias, 1670, Rodolfo Teófilo

Posto de Saúde Carlos Ribeiro
Endereço: Rua Jacinto Matos, 944, Jacarecanga

Clínica Escola de Saúde Unichristus (parceria com o Município)
Endereço: Avenida Padre Antônio Tomás, 3404 - Cocó

Núcleo de Atenção Médica Integrada – Nami (parceria com o Município)
Endereço: Avenida Desembargador Floriano Benevides, 221, Edson Queiroz
 


Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente