Participamos do

Há 30 anos, um terremoto abalou Fortaleza e mais cinco municípios do Ceará

No dia 18 de outubro de 1988, um terremoto assustou moradores e abalou estruturas de casas em cidades cearenses
19:46 | Out. 18, 2018
Autor Izadora Paula
Foto do autor
Izadora Paula Estagiária do portal O POVO Online
Ver perfil do autor
Tipo Notícia
[FOTO1] 
 
No dia 18 de outubro de 1988, no interior do Ceará, um terremoto assustou moradores e abalou estruturas de casas. No O POVO, a matéria informava que Fortaleza, Eusébio e quatro cidades do Baixo Jaguaribe foram afetadas pelo fenômeno. Nos municípios de Palhano, Limoeiro do Norte, Russas e Itaiçaba, moradores tiveram prejuízo financeiro e emocional, afinal, muitos ficaram assustados com o acontecido. O prefeito de Palhano, local que foi mais afetado, admitiu em entrevista concedida à época estar com medo e sem saber o que fazer.
[SAIBAMAIS] 
Em Fortaleza, tremor foi sentido por volta de 0h30min e durou aproximadamento 7 segundos. O sismo pode ser sentido em diversos pontos da Capital, principalmente no Bairro de Fátima, Dionísio Torres e Praia do Futuro, provocando pânico entre os moradores.  
 
[FOTO2]
O abalo sísmico foi registrado por volta das 8 da manhã do dia 18 - uma quarta-feira. No município de Palhano, onde o abalo aconteceu com mais intensidade, prédios sofreram rachaduras e casas perderam parte do telhado. Não houve registro de vítimas, mas teve notícia em reportagem do O POVO de que algumas mulheres tiveram a gravidez interrompida.

Joaquim Miguel Lima, prefeito à época do fato, relatou em entrevista que a população do município, apavorada, ia até a casa dele relatar os acontecimentos. Segundo ele, o terremoto foi sentido não só no centro da cidade, mas num raio de oito quilômetros. O prédio da Prefeitura apresentou rachaduras e algumas escolas que estavam em aula no momento do tremor, também sofreram abalos.

Cerca de 15 dias antes do abalo sísmico, uma equipe de pesquisas do Rio Grande do Norte esteve na cidade alertando a população para a possibilidade de tremores mais fortes, já que a região já vinha sentindo abalos de menor magnitude. Joaquim Miguel, entretanto, não soube identificar esses estudiosos. 

O mesmo grupo realizou palestra na igreja matriz da Cidade, informando que os tremores tinham sido sentidos em outras localidades próximas. Segundo o prefeito, os pesquisadores ensinaram aos moradores como fazer para se proteger em suas residências, embora tenham afirmado que não era caso de terem medo.
 
Relato
 
Em conversa com O POVO Online nesta quinta-feira, 18, uma repórter da casa relatou à reportagem como o abalo foi sentido na sua vizinhança, no Pio XII. Segundo Mara Cristina, a vizinhança se alvoroçou, sem saber direito o que tinha acontecido. "Não existia internet. Portanto, só poderíamos saber do acontecido por meio do rádio, TV e o jornal impresso (no dia seguinte)" explicou ela.

De acordo com o relato, Mara residia no quarto andar de um prédio e estava com os dois filhos - um menino de 2 anos e uma menina de 5 meses. "Eu estava na sala, cochilando, depois de amamentar minha filha".

A primeira atitude dela foi proteger as crianças, que, para seu alívio, não acordaram com o tremor. Ela conta ter ficado muito assustada, sem entender o que tinha acontecido e com receio de se repetir. "Foi o assunto da madrugada. Aos poucos, cada um foi para seu espaço".

Mara Cristina explica que, devido ao tempo passado, não lembra bem sobre os serviços públicos. "Pelo adiantado da hora, acredito que o serviço de transporte tenha sido prejudicado (provavelmente pelo pânico que o tremor causou). Não lembro de ter faltado energia. Tenho quase certeza que não".

Embora o tremor tenha sido curto, todos os moradores do prédio de Mara ficaram assustados. Entretanto, diferente da situação no Interior, o abalo não causou danos. Exceto, é claro, o susto da população.
 
Colaborou Fred Souza

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente