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Linn da Quebrada comemora um ano de lançamento do disco Pajubá em show em Fortaleza

O show Trava Línguas foi apresentado na VI edição da Bienal de Dança do Ceará, no Teatro São José. Confira vídeo com a cantora
16:12 | Out. 23, 2018
Autor Jullie Vieira
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Jullie Vieira Repórter
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Tipo Notícia
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Bixa, trans, preta, favelada e periférica. Linn da Quebrada esteve em Fortaleza na última sexta-feira, 19, com o show Trava Línguas, apresentado na VI edição da Bienal de Dança do Ceará, no Teatro São José. 

A paulistana de 28 conta que considera o próprio corpo uma obra em aberto e que, neste momento, seu trabalho é cantar. "Estou cantora", revelou Linn durante entrevista ao O POVO Online. “Eu canto minhas crises”, afirmou.
 
Linn da Quebrada já atuou em dois filmes, Corpo Elétrico e Meu Corpo é Político. Em ambos, atuou defendendo a vida das travestis e retratando o mundo LGBTQ%2b> Ela ainda participou de vários documentários.
 
Segundo Linn, “linda" e "quebrada” são duas palavras que a definem. “Não se trata de beleza e nem de glamour”, frisa. 
 
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Linn foi criada por uma tia no interior de São Paulo. Durante a infância e a adolescência, a cantora se dividiu entre assumir a própria sexualidade e achar que tudo estava errado. "Eu tive que enfrentar muitos preconceitos". Antes de assumir ser gay, Linn seguia a religião Testemunhas de Jeová, mas conta ter sido expulsa pela comunidade ao declarar a própria sexualidade. 
 
Depois de muitas divergências e superações, surgiu como a MC Linn da Quebrada, uma proposta para fazer performances e cantar o que para ela não estava certo. Em 2017, deixou o MC e ficou apenas Linn da Quebrada. Junto, nascia o primeiro álbum, intitulado Pajubá considerado por Linn uma celebração e (re)existência. "É sobre nossas vidas". As músicas, Bixa Travesty, Mulher e Enviadecer são, para Linn, um processo, “uma estética que não é estática, é uma estética que se move, que é trans”.
 
Trava Línguas
No show, Trava Línguas, além de cantar, Linn abre espaços para todos que desejam expor seus pensamentos, performances e claro, com a autenticidade e sem “papas nas línguas”, as palavras são ditas como tem que ser. "Eu sou um processo inacabado", “Não é pela sua cor, poder aquisitivo, e escolaridade, é preciso ter verdade”, explica.

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