5 coisas que só quem anda a pé em Fortaleza sabe
Caminhar na Cidade beneficia o corpo e a relação com as ruas. Mas medo da violência é recorrente
Na Semana da Mobilidade, O POVO Online foi às ruas escutar histórias de quem se desloca de ônibus, a pé e de bicicleta em Fortaleza. Os entrevistados listaram benefícios e prejuízos de cada modal e compartilharam as razões da escolha para se locomover.
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A partir dos depoimentos, reunimos uma lista sobre os fatos que só quem usa esses meios de transporte consegue perceber na Cidade e nos seus cotidianos. As atividades da semana que pensa a mobilidade urbana começaram no domingo, 16, e vão até sábado, 22, data em que se comemora o Dia Mundial Sem Carro. Hoje, confira cinco coisas que só sabe quem anda a pé na Capital:
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1. Lembrar os trajetos e conhecer as pessoas fica mais fácil
Na correria do dia a dia, é difícil parar e prestar atenção na Cidade. No entanto, a funcionária pública Tamires Bessa, 31, explica que andando a pé ela consegue ver quem se desloca pelas ruas e conhecer quem senta nas calçadas próximas a sua casa. Já a dona de casa Ana Maria Xavier, 46, diz que só conseguiu aprender os nomes das ruas “direitinho” fazendo trajetos a pé. “Tem caminho que com carro é um, de ônibus é outro e a pé também é diferente”.
2. Assalto é preocupação coletiva
Das seis pessoas entrevistadas, cinco disseram ter medo de assaltos enquanto andam a pé na Cidade. Diego Arruda, 20, diz que a primeira dica para quem quer se deslocar andando na Capital é não andar com o celular na mão. “Bota dentro do bolso e não mexe”, pede o jovem. O estudante Lúcio Rocha, 25, também relata que pensa mais no que vai levar quando sabe que parte do trajeto será a pé. Para Antônia Aline Rodrigues, estagiária de 23 anos, a Cidade tem que "melhorar muito" para que mais gente use as calçadas como espaço de locomoção.
3. Caminhadas são ecológicas!
Quem escolhe andar a pé não está somente ajudando a própria saúde. Além da caminhada ser um bom exercício, se deslocar dessa forma pode significar menor impacto ambiental. O estudante Diego Arruda lembra que não é só o carro que emite poluentes. “O ônibus também usa combustível fóssil. Então, querendo ou não, ele ainda causa um prejuízo”. Assim como a bicicleta, andar a pé pode ser um meio mais sustentável de se deslocar no meio urbano.
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4. A vantagem de não ter que pensar onde estacionar
Retornos, vias bloqueadas, taxas de estacionamento. Quando anda a pé, Tamires Bessa consegue fugir desses aspectos que causam estresse no cotidiano. “Eu acho muito melhor ir a pé do que tirar o carro da garagem, dar uma volta enorme e perder tempo. A pé eu chego muito mais rápido”. A funcionária pública explica que sempre opta por ir andando a farmácias, bancos e à academia próxima de casa. Apesar de ter que enfrentar calçamentos quebrados muitas vezes nos trajetos, Wellington da Silva, 25, concorda que o deslocamento a pé ainda é mais fácil do que de carro.
5. O “fiu fiu” tem que acabar
Ser mulher e andar nas ruas de Fortaleza é estar exposta a vários tipos de comentários, buzinas e olhares. O assédio sexual na rua é muito mais forte para quem escolhe andar a pé. A estagiária Antônia Aline Rodrigues explica que evita passear pelas ruas do Centro a partir das 17 horas. “Você ser mulher e andar só é complicado”, lamenta. Ela afirma que sente mais insegurança quando precisa se deslocar sem companhia e disse sentir diferença entre suas experiências e as vivência de amigos homens que também andam a pé.