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Letras em bronze da fachada da ACI são furtadas no Centro

Até o número do edifício, o 734, foi levado pelos criminosos. Prédio tem mais de seis décadas de construção. Presidente da Associação Cearense de Imprensa, Salomão de Castro, deve solicitar imagens de câmeras de lojas vizinhas
21:59 | Ago. 02, 2018
Autor Angélica Feitosa
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Tipo Notícia
[FOTO1]Ao passar pela rua Floriano Peixoto, a depiladora Socorro de Oliveira, 40, sentiu falta das letras brilhantes que formavam os nomes Associação Cearense de Imprensa Ed. Perboayre Silva. “Até o número levaram”, admira-se, olhando para a marca  732 cravada na parede em mármore. O furto do letreiro esculpido em bronze, do prédio histórico já quase na Praça do Ferreira, no Centro, aconteceu entre tarde de sábado e a manhã de domingo. A ACI registrou Boletim de Ocorrência no 34o Distrito Policial somente da última segunda.
  
Não sobrou quase nada: os ladrões só deixaram o til e a cedilha. O horário do furto foi por dedução. Até o meio dia de sábado, algumas salas são alugadas e os inquilinos não deram falta do material. No domingo pela manhã, um funcionário esteve no prédio e percebeu o furto. “Esse é um prédio histórico, de 1952. Ainda ficamos no Centro por pura resistência”, avisa o presidente da ACI, o jornalista Salomão de Castro. O furto ocorre no mês em que a entidade inteira 93 anos. Gutemberg Figueiredo, diretor financeiro da ACI e pesquisador do O POVO ponto DOC, avisa que o letreiro tem cerca de 60 anos. 
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Em tom de lamento, o presidente da ACI diz que está cada vez mais difícil, por conta da violência, de a instituição se manter no Centro. “O que eu percebo, de uma maneira geral, é que estamos beirando uma situação insustentável. Como a Praça do Ferreira tem muitos moradores de rua, pessoas má intencionadas se aproveitam dessa situação e praticam esse furto”, revela.
  
A entidade registrou Boletim de Ocorrência no 34o Distrito Policial, no Centro, somente na manhã desta segunda. O prédio da ACI, ainda conforme Salomão de Castro, possuiu um auditório com capacidade para 270 pessoas e uma biblioteca com 16 mil volumes. Todo esse espaço não é aproveitado como deveria, segundo ele, por conta da violência. "As pessoas têm medo de vir ao Centro e sair depois das 20 horas", diz.
  
Por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, a Polícia Militar informou que o Centro é atendido pela 1ª Companhia do 5° Batalhão da PM. A nota informa que a região recebe policiamento por meio de viaturas do Policiamento Ostensivo Geral (POG) e da Força Tática. Além disso, a região é assistida por outros tipos de assistência, como o ciclopatrulhamento e o policiamento a pé nos principais cruzamentos e praças do centro.
  
O comandante da PM, coronel da Ronaldo Mota Viana, avisou, ainda por meio de nota, que deve remanejar uma dupla de policiais militares para o local, para garantir mais segurança tanto pessoas quanto do patrimônio. A PM esclarece que os índices de Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVP) vêm tendo, na região do Centro, "uma substancial queda, se comparado ao mesmo período de 2017". A Instituição reforça que está sempre à disposição da sociedade e que pode ser acionada, a qualquer momento, por meio do 190. Por fim, reafirma também a imprescindível necessidade de ser registrado o boletim de ocorrência junto a uma Delegacia da Polícia do Estado, sempre que um cidadão for vítima de algum crime.
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O POVO entrou em contato com a assessoria de imprensa da Câmara de Dirigentes Logistas (CDL) para entrevistar uma fonte e ter informações sobre a sensação de segurança do Centro e dos casos de furtos e roubos, mas a assessoria não deu retorno ao pedido de entrevista. A assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, que responde pela Polícia Civil, não deu retorno quando ao pedido de email sobre a investigação do furto.
  
Já a Assessoria de Análise Estatística Criminal, da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), aponta que houve, entre os meses de janeiro e julho de 2018, uma redução de 30,4% número de furtos a patrimônios se comparado com o mesmo período do ano passado. Este ano, foram registrados 1.725 casos e, no ano passado, 2.477 ocorrências.

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