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Após acidente com árvore, ativista questiona política de podas; Prefeitura rejeita negligência

Manutenção e cuidados com as árvores da cidade são responsabilidade da Prefeitura
14:34 | Jun. 13, 2018
Autor Alexia Vieira
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Tipo Notícia
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O galho de uma árvore centenária caiu sobre um veículo que estava transitando em uma via do bairro Aldeota, nesta segunda-feira, 11. Por pouco, a motorista não sofreu ferimentos mais graves, pois conseguiu mover-se para o banco do passageiro. Com isso, ativistas questionaram a manutenção das árvores da cidade feita pela Prefeitura de Fortaleza. A temporada de ventos fortes preocupa, pois árvores enfraquecidas devido a podas irregulares podem cair, causando mais acidentes.

“A poda faz bem para a planta se for feita de maneira correta. A árvore que caiu, que condição ela estava tendo naquela calçada?”, indaga Bilica Leo, integrante do movimento Pró-Árvore. Ela explica que o corte da folhagem das plantas é como uma cirurgia e necessita de acompanhamento para não ‘infeccionar”. Além disso, segundo a ativista, é preciso atentar para a limpeza da árvore, o local em que ela está inserida, cupins e ervas danosas. Esses fatores podem influenciar na queda ou quebra de partes da planta. 

[SAIBAMAIS] De acordo com Bilica, o coletivo ambientalista recebe diversas denúncias de podas drásticas e feitas de maneira incorreta. Ela afirma que não existe política de preservação e manutenção desses organismos eficaz na cidade. A integrante cobra um acompanhamento mais preciso da Prefeitura em relação a arborização. O plano lançado em 2014 que fala sobre plantio ordenado de novas árvores, para Bilica, não contempla os cuidados que devem ser realizados em plantas que já existem. 

Em Fortaleza, a poda das árvores é realizada pela Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (UrbFor). A solicitação e coordenação desses cortes passa pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma). Bilica afirma que os órgãos terceirizam a ação com empresas e, apesar da vegetação ser visitada por técnicos, as pessoas que fazem a poda não teriam o cuidado necessário. É percebido pelo Pró-Árvore que a poda, muitas vezes, indiscrimina tipos de árvore o corta mais do que o necessário. 

A Seuma e a UrbFor afirmaram que as árvores são previamente vistoriadas por engenheiros agrônomos antes da poda. Laudos técnicos são escritos e, se for detectado a necessidade de podas drásticas, o especialista vai à campo novamente. Além disso, os órgãos explicam que todos os profissionais passam por treinamentos e qualificações a cada semestre. O Manual de Arborização, com acesso disponível para a sociedade, tem informações sobre poda e plantio e orienta órgãos públicos e particulares.

Bilica diz que os movimentos ambientalistas vão se reunir com a Prefeitura para questionar as políticas de poda e reivindicar maior cuidado com as árvores da cidade para que acidentes como o desta semana não aconteçam. “O meu medo é as pessoas criarem mais aversão às árvores da cidade. É possível um bom convívio entre urbanização e vegetação”, diz. Para ela, o interesse da gestão municipal por questões ambientais é necessário, pois, acredita, quem ganha mais com a arborização são os habitantes da Capital, com maior qualidade de vida. 

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