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Taxista diz ter sido agredido por guardas municipais após ser confundido com feirante da José Avelino

12:11 | Mai. 01, 2018
Autor Lucas Braga
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Lucas Braga Repórter do O POVO Online
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Tipo Notícia
As marcas das coronhadas, tapas e balas de borracha ainda estão no corpo de Lúcio Flávio Alcântara Rebelo Júnior. O taxista de 44 anos afirma que foi agredido por pelo menos sete homens da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) por volta das 4h30min da última quinta-feira, 26. Ele teria acabado de ajudar uma passageira, vinda do Jardim das Oliveiras - que tem box na região -, a descarregar a mercadoria do táxi, na rua José Avelino. Os feirantes foram expulsos da rua no ano passado
 
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Há a hipótese de Flávio ter sido confundido com feirante enquanto descarregava o carro e depois se demorou um tempinho “esticando as pernas” para tentar aliviar a dor da hérnia de disco. Foi quando ouviu o primeiro estampido. Outros tiros de bala de borracha o acertaram na perna e nas costas. Fora os tapas na cara e coronhadas dadas na barriga e nas costas, na escadaria da Catedral Metropolitana. A cliente do taxista não foi agredida.

Eles me chamavam de bandido, traficante, veado. Eu disse que era trabalhador e que eles não deviam atirar aleatoriamente. Meteram a peia em mim e ameaçaram quebrar meu braço pra me algemar”, relatou ao O POVO Online
 
[SAIBAMAIS] 
O taxista foi levado algemado ao 34º Distrito Policial, no Centro. “Lá, os guardas ficaram encarando minha mãe, meu irmão, tentando intimidar. Ficaram zombando da minha cara. Minha mãe passou mal”. Após prestar depoimento, Flávio foi liberado e seguiu à Perícia Forense do Ceará (Pefoce) para exame de corpo de delito. Inspetor da GMF que teria estado à frente da ação violenta também prestou depoimento na delegacia. 

“Quando fomos à Pefoce, o que mais me chamou atenção foi a moça da recepção perguntar: ‘foi a Guarda Municipal (que fez isso)?’. Outro dia deram porte de arma a esses guardas. Será que eles estão preparados pra isso?”, questiona Osvaldo Cavalcante, irmão de Flávio. 

Até a publicação desta matéria, a GMF não havia respondido às perguntas da reportagem. O POVO Online aguarda posicionamento da Secretaria Municipal da Segurança Cidadã (Sesec). 

“Eu tô com medo, não vou mentir. Não consigo nem dormir”, desabafou Flávio. 

O POVO Online procurou ainda a Polícia Civil por meio da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) para obter informações sobre a detenção e os depoimentos prestados no 34º DP e aguarda resposta. A Secretaria funciona em regime de plantão nesta segunda-feira, ponto facultativo do Estado.
 

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