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"Líder, aqui, só Deus", dizem caminhoneiros cearenses em protesto

Motoristas afirmam não entender quem os representa e nem saber de onde as decisões vêm
11:10 | Mai. 28, 2018
Autor Matheus Facundo
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Matheus Facundo Repórter do portal O POVO Online
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Tipo Notícia
[FOTO1]Caminhoneiros em todo Brasil continuam em greve e bloqueando rodovias pelo País. Em meio aos protestos na BR-116, no Eusébio, o relato da categoria é o sentimento de que as medidas anunciadas por Michel Temer ontem, 27, não são suficientes. Eles também não reconhecem as lideranças nacionais, a exemplo da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam). "Líder, aqui, só Deus", dizem. 

Os motoristas afirmam que o movimento, formado por muitos autônomos, não é encabeçado por nenhum líder político, sindical. É o que conta o caminhoneiro Francisco Helder, 41. "Nada de partido. Houve uma resistência nos primeiros dias, mas agora o movimento ganhou a força da população com toda essa corrupção que acontece", comenta. 
[SAIBAMAIS]
Enquanto a Abcam informa estar trabalhando para informar toda a categoria sobre o acordo firmado com o Governo e também acerca das medidas de Temer, como a redução de R$ 0,46 no litro do diesel, motoristas dizem não entender quem os representa e nem saber de onde as decisões vêm. 

O POVO Online apurou em um dos locais de bloqueio, no km 18 da BR-116, que o que se sabe chega a eles via aplicativo de mensagem. Questionados pela reportagem sobre o reconhecimento da Abcam e do Sindcam, motoristas não sabem o que responder: "A gente sabe que tem um comitê que negocia, mas não sabemos quem faz parte".

O movimento 
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Franciso Helder não se reconhece líder dos protestos no Eusébio, mas é o que alguns grevistas veem nele. Dono de uma carreta, ele montou, desde o inicío das movimentações há oito dias, uma espécie de "central da greve", com espaço para alimentação e outros suportes. 

Sobre as bandeiras da intervenção militar levantadas por algumas pessoas presentes nos atos, Helder não os reconhece e afirma que "são pessoas infiltadas na greve". Segundo ele, no início houve tentativa de arrancar os cartazes com os dizeres "intervenção militar", mas sem sucesso. A reportagem percebeu diversos carros com adesivos similares, mas ninguém soube precisar se eram parte do movimento. 
 
Com informações do repórter Rubens Rodrigues 

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