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Clínica oferece terapia facilitada por cães para crianças com autismo

Com auxílio de um cão-terapeuta, a fonoaudióloga faz abordagem focada na linguagem, para a produção de sons na formação de palavras e frases de crianças e pré-adolescentes com Transtorno do Espectro Autista
12:04 | Mai. 01, 2018
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Tipo Notícia
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Pesquisa dispõe de Terapia Assistida por Animais (TAA) gratuita para crianças e pré-adolescentes com autismo em Fortaleza. Coordenado pela fonoaudióloga Sâmia Góes, a partir da iniciativa de sua estagiária, Joice Albuquerque, o atendimento tem o objetivo de avaliar os benefícios da introdução do cão-terapeuta no processo da aquisição da linguagem em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda na infância. 
[SAIBAMAIS]
As sessões semanais duram 40 minutos, no consultório localizado no Bairro de Fátima (endereço abaixo). Iniciado em março, o projeto irá até setembro deste ano, com abordagem voltada para a produção de sons na formação de palavras e frases. “Há pesquisas em outros estados, incluindo hospitais em São Paulo, que usam a metodologia”, explana. 

“Abrimos, então, o espaço para avaliar o impacto no desenvolvimento tanto na interação como na fala dessas crianças”, disse a profissional. A Neurociência explica o autismo como faces cognitivas caracterizadas pelo o déficit da socialização e comunicação. Em decorrência disto, crianças com TEA têm o percurso do desenvolvimento mais demorado nestes aspectos.  
 

Desafios 
 
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Enredar-se horas com um único objeto, uma letra, uma cor. Crianças com autismo escolhem minuciosamente para onde demandar a atenção. Comportamento é chamado hiperfoco. Por isso, é difícil atrair o olhar do Eduardo Sousa, de 6 anos. Ele foi diagnosticado com TEA grau moderado ao leve.

A mãe, a maquiadora Ilana Sousa, de 30 anos, narra a descoberta. “Notamos na escola e o diagnóstico foi fechado quando ele tinha três anos”, lembra. Na sala da TAA, que foi incluída há um mês em sua rotina, ele se perde e se encontra nas brincadeiras. Num olhar compromissado, escolheu a letra “A" colada na parede, arrancou e não soltou mais. 
 
Decidiu a roupa do animal, encucou que ela precisava se fantasiar da Minine - personagem da Disney - e verbalizou. Cada palavra e gesto comemorado pela mãe que assistia a sessão. Ora sim, ora não, a cadela chamava atenção do garoto. Apesar do pouco tempo de tratamento, a mãe do Eduardo já observa alguns avanços. “Ele tem evoluído. Ontem, falou uma frase completa. Ficamos em festa”, comemora.   

De acordo com o neurologista André Pessoa, a modalidade terapêutica é uma alternativa entre outras que pode viabilizar a socialização da criança com autismo. No entanto, deve ser analisada de acordo com o paciente.
 
“Tem que ver quem será atendido. Dentro das modulações, crianças com autismo podem demonstrar sensibilidade aumentada para sons e, se o cão latir, por exemplo, ter uma experiência negativa”, alerta.
 
Contudo, ele destaca que redirecionar o foco da criança com autismo de objetos inanimados e coisas abstratas possibilita a interação e formação de laços sociais e de empatia. “Mas é uma estratégia promissora e tem uma lógica neurocientífica, pois pode ativar áreas cerebrais associadas à socialização”, explica.  
  
Saiba mais 
 
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima há 70 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) no mundo.  
 
Para tornar-se um cão-terapeuta, a cadela da raça Cocker Spaniel passou por adestramento.
 
Serviço 
 
Terapia Assistida com cão-terapeura
 
Onde: Clínica Samya, situada na Rua Guilherme Moreira, 299 - Bairro de Fátima
Quando: de segunda a sexta-feira, das 14h às 16h30
Quem pode fazer: crianças e pré-adolescentes, de até 13 anos, com autismo
Como participar: por meio de agendamento através do número (85) 3016-9998 
 
 
Outro local que oferece atendimento gratuito para crianças com autismo:  
 
Núcleo de Tratamento e Estimulação Precoce (Nutep)
Rua Papi Júnior, 1225 - Rodolfo Teófilo
(85) 3223-4522 
 

 
Redação O POVO Online 

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