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Um ano após morte de Dandara, assassinatos de travestis e transexuais crescem 10% no Ceará

Em 2017, 21 travesti e transexuais foram assassinadas no Estado e número aumentou no primeiro trimestre deste ano. Coordenador do Grab diz que julgamento do caso Dandara não minimiza transfobia
13:12 | Abr. 05, 2018
Autor Rubens Rodrigues
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Rubens Rodrigues Repórter do OPOVO
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Tipo Notícia
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O julgamento de cinco dos acusados de matar Dandara dos Santos acontece nesta quinta-feira, 5, no Fórum Clóvis Beviláqua. Até as 13 horas, quatro pessoas já haviam sido interrogadas. Para o coordenador político do Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), Dário Bezerra, julgamento não minimiza transfobia no Estado. 
 
Conforme a Grab, foram 21 casos de travestis e transexuais assassinadas no Ceará em 2017. Desses, 19 casos aconteceram após a morte de Dandara. De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra Brasil), o primeiro trimestre deste ano já fecha com cinco assassinatos, um aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior.
 
[SAIBAMAIS]Do lado de fora do Fórum, cerca de 30 pessoas se manifestavam pedindo justiça para Dandara, Érika, espancada na av. José Bastos também em fevereiro do ano passado e que morreu dois meses depois, e tantas outras vítimas da violência. Outras vítimas lembradas na manifestação são Paola, encontrada morta em Russas, em janeiro do ano passado, e Pinha Priscila, assasinada em abril de 2017.

"Esse julgamento não minimiza a transfobia e os casos de LGBTfobia no Ceará. Para além do julgamento, estamos aqui para exigir políticas públicas que venham a enfrentar essa transfobia no Ceará", afirma. "As travestis continuam sendo assassinadas e a gente precisa cobrar do governo, da segurança pública, medidas efetivas que venham a transformar essa realidade". 
 
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Com informações do repórter especial Thiago Paiva

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