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Quatro dos sete mortos na chacina do Benfica eram ligados à Torcida Uniformizada do Fortaleza

Em ação simultânea, grupo armado promoveu massacre no bairro
12:08 | Mar. 10, 2018
Autor Henrique Araújo
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Henrique Araújo Repórter Política
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Tipo Notícia
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Pelo menos quatro dos sete mortos na chacina do Benfica tinham ligações com a Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF). Eram eles: Pedro Braga Barroso Neto, 22; Emilson Bandeira de Melo Júnior, 27, Carlos Victor Meneses Barros, 23; e Adenilton da Silva Ferreira, 24, os dois últimos sem antecedentes criminais.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) confirmou as ações simultâneas que resultaram nas sete mortes na noite de sexta-feira, 9. A pasta investiga se há relação entre elas. Os crimes ocorreram na Praça da Gentilândia, na Vila Demétrio, onde está a sede da TUF, e na rua Joaquim Magalhães, localizada na vizinhança.
[SAIBAMAIS] 
Isso foi um ato de terrorismo, não foi briga de torcida”, disse um dos dirigentes da TUF. Sob condição de anonimato, ele confirmou as identidades das quatro pessoas ligadas à organizada e afirmou que não se trata de crime relacionado a conflitos entre torcedores. “É ato aleatório. Não tem explicação, não foi vingança (de uma torcida rival).”

De acordo com o integrante da torcida tricolor, as vítimas eram membros ativos da TUF. “Eram trabalhadores. Tinham coração bom. Estavam no lugar errado, na hora errada. Toda sexta o pessoal se reúne, faz festa, churrasco na sede. E acontece uma coisa dessas.”
 
Mascote 
Inicialmente, a informação era de que o mascote do time do Fortaleza estava entre os mortos. “Não é o mascote do clube. É que o apelido do Adenilton era ‘Mascote’, porque ele entrou muito novinho na TUF. Era um rapaz muito bom, nunca tinha feito nada de errado”, conta.

A SSPDS convocou uma coletiva de imprensa para o fim desta manhã. A pasta informa que diligências estão sendo conduzidas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Os suspeitos de participarem dos assassinatos teriam usado dois veículos, um deles um modelo Honda Civic.

A chacina do Benfica ocorre menos de uma semana depois que três mulheres foram decapitadas no bairro Parque Leblon, em Caucaia. O assassinado foi filmado e divulgado nas redes sociais. No vídeo, uma das mulheres afirma que está “rasgando a camisa” de uma facção e passando para outra, a Guardiões do Estado (GDE).

Desde o início do ano, houve pelo menos quatro chacinas no Ceará: a de Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza, com quatro mortos; a do bairro das Cajazeiras, com 14 mortos, a maior chacina da história do Ceará – o crime foi atribuído à GDE; e, menos de dois dias depois, a da cadeia pública do município de Itapajé (a 124 km da Capital), com outras dez vítimas, a maioria ligada a uma facção criminosa rival à Guardiões do Estado.

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