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Criação das EEEPs faz 10 anos e projeto deve ser ampliado

Nesta quinta-feira, uma nova escola de tempo integral será inaugurada em Baturité. Objetivo é de abrir mais 20 escolas desse modelo
20:08 | Mar. 20, 2018
Autor Alexia Vieira
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Tipo Notícia
[FOTO1]O projeto de ensino médio profissionalizante do Governo do Estado do Ceará completou 10 anos e está sendo comemorado pelos idealizadores. Depois de uma década de existência, o programa conta com 118 escolas e já formou mais de 76 mil alunos. Para o secretário de educação do Estado Idilvan de Lima, a implantação das Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEPs) é a política pública que trouxe mais benefícios para o Ceará. Ele destaca o pioneirismo no desenvolvimento do projeto e defende a expansão. A meta é chegar as 140 escolas desse modelo. Nesta quinta-feira, uma nova escola será inaugurada em Baturité.

O governador Camilo Santana, presente no evento de abertura das comemorações, disse que acredita que a educação é “o caminho para uma sociedade mais igualitária e de paz”. Camilo lembrou a crise de segurança pública que o país vive em seu discurso. “Nós estamos pagando um preço muito caro por não ter protegido e cuidado de nossos jovens”, lamentou. O objetivo da ampliação do projeto, segundo ele, é dar mais oportunidades a essa faixa etária. 

 “Não é só mais tempo, é a qualificação do projeto pedagógico”, afirmou a vice-governadora Maria Izolda Cela de Arruda. Seguindo o padrão do programa, os estudantes devem estudar de 7h às 17h, fazendo os três anos do ensino médio ao mesmo tempo que participam de cursos profissionalizantes nas áreas ofertadas. Ela conta que o modelo seguido atualmente sofrerá pouca alteração com a nova Reforma do Ensino Médio, aprovada pelo Governo Federal. Izolda adianta que escolas de tempo integral serão ampliadas para alunos que estão terminando o 9º ano, para que entrem no ensino médio com “maior competência”. A parceria do Estado com os municípios deve ter foco também na educação infantil.  
 
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No âmbito da profissionalização dos jovens, o projeto tem parceria com 4,5 mil empresas que promovem estágios nas áreas estudadas. As bolsas são pagas pelo Estado, sem elevar os gastos do setor privado. O Ceará é o único estado brasileiro que promove esse tipo de ação remunerada. O período de trabalho é obrigatório para os concludentes. De acordo com Camilo, 60% dos alunos acabam sendo contratados pelas empresas ao finalizarem o estágio.

Apesar de um dos objetivos ser a entrada no mercado de trabalho, Idilvan afirma que os jovens são influenciados a continuarem os estudos nas universidades. O secretário diz que o governo irá promover uma pesquisa para saber mais sobre a trajetória dos alunos que se formaram nas EEEPs. 

Secretário é contra medida que libera 40% do ensino médio para educação à distância

Idilvan de Lima, secretário de educação do Estado, aproveitou o evento de comemoração dos 10 anos das escolas profissionalizantes estaduais para compartilhar sua opinião contrária a nova medida do Governo Federal. O projeto torna possível que 40% dos conteúdos escolares sejam dados à distância. Para o secretário, que também é presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação, a medida implicará na precarização do ensino médio. 

Por não ter sido debatido com o conselho de secretários, Idilvan questionou a legalidade da medida e não tem conhecimento de como acontecerá o trâmite do programa. Para ele, é “inconcebível” a educação à distância no ensino médio devido a necessidade de interação entre professores e alunos. Além disso, ele afirmou que os mais pobres serão prejudicados pelo projeto por não terem condições de acompanhar as aulas. “É uma decisão excludente”. 

O secretário criticou ainda a solidez das políticas públicas. “Os processos, por mais que sejam positivos para a população, não tem a solidez que a gente imagina”, afirma. Ele diz que as EEEPs têm que ser defendidas, para que não ocorra o desmonte das ações. Idilvan acredita que a educação profissional do estado não está livre de sofrer cortes orçamentais e estruturais.

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