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Sob forte chuva, protesto contra reforma da Previdência tem Temer como alvo principal

O grupo, estimado pela organização em 25 mil pessoas, percorreu as ruas do Centro entre a Praça da Bandeira e a Praça do Ferreira. O movimento criticou medidas do governo Temer
15:33 | Fev. 19, 2018
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[FOTO1]A chuva não parou os manifestantes que percorreram as ruas do Centro na manhã desta segunda-feira, 19, contra a reforma da Previdência. O ato fez parte do Dia Nacional de Luta Contra a Reforma da Previdência, que uniu ações em todo o País. A Polícia Militar do Ceará esteve presente em diversos pontos do trajeto, mas a manifestação foi pacífica. Segundo a organização, 25 mil pessoas estiveram presentes no protesto. A PM-CE não divulgou estimativa de público.

O "vampiro neoliberalista", personagem polêmico do desfile da escola de samba Paraíso da Tuiuti, esteve em máscaras que cobriam os rostos de muitos que protestavam. O ato começou na Praça Clóvis Beviláqua, conhecida como Praça da Bandeira, e seguiu até a Praça do Ferreira, entre música e gritos de ordem. Além da reforma da Previdência, pautas como a intervenção militar no Rio de Janeiro e o ajuste salarial para professores estamparam faixas e bandeiras. Estiveram presentes trabalhadores de diversos segmentos, representantes de sindicatos e movimentos sociais.

“A reforma da Previdência faz parte de um pacote do que é um golpe de estado”, critica o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) no Ceará e organizador da Frente Brasil Popular, Francisco de Assis Diniz. O membro da coordenação nacional do Levante Popular da Juventude, Miguel Braz, diz que o objetivo do movimento é “dialogar com a população cearense o quão prejudicial é a reforma da Previdência”.

Professora há 18 anos, Patrícia Serra, 30, se preocupa com o tempo a mais que terá de trabalhar caso as mudanças na aposentadoria sejam aprovadas. “No meu caso, (só me aposentaria) com 68 anos. Eu não quero isso pra mim”, lamenta. O agricultor Afonso Pinto de Mesquita, 62, ainda que já aposentado, se preocupa em participar do protesto pensando nas gerações futuras. “Tem os jovens que ainda estão caminhando para a frente e precisam viver um país melhor”, justifica.

A multidão provocou olhares desconfiados de comerciantes nas lojas por que passou, assim como gritos de “Fora, Temer”, em solidariedade à causa. Alguns trabalhadores prestaram apoio, mesmo sem sair de seus postos de trabalho. “Tem que lutar, tiro meu chapéu para eles”, diz a vendedora Rochelly Machado, 29. Mesmo sem concordar com a reforma, outros funcionários colocaram o pé atrás por não concordarem com as bandeiras de partidos levantadas.

A paralisação foi organizada pela Frente Brasil Popular e foi decidida em reunião com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), outras forças sindicais e movimentos sociais. Além da Capital, as manifestações se estenderam para o interior do Estado, com atos no Cariri, no Vale do Jaguaribe, em Iguatu, em Crateús e em Itapipoca. Outras cidades do País também foram palco de protestos.

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