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Problemas no prédio dos Correios eram denunciados há pelo menos dois anos, diz Sindicato

Galpão principal do Centro de Triagem de Cartas e Encomendas dos Correios (CTCE Fortaleza), na av. Oliveira Paiva, foi destruído em incêndio. Causa ainda não foi confirmada
12:14 | Fev. 14, 2018
Autor Rubens Rodrigues
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Rubens Rodrigues Repórter do OPOVO
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Tipo Notícia
[FOTO1]Destruído em incêndio na tarde dessa terça-feira, 13, o Centro de Triagem de Cartas e Encomendas dos Correios (CTCE Fortaleza), na av. Oliveira Paiva, já enfrentava problemas elétricos e estruturais. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares do Estado do Ceará (Sintect-CE), denúncias ocorrem há pelo menos dois anos.

"Era uma unidade que já tinha problemas, e não era só parte elétrica. Protocolamos ofício na última sexta-feira, 9", afirma o membro da diretoria do Sintect-CE, Avelino Rocha. "Aqui já tinha sido feito trabalho de refrigeração para instalar condicionadores de ar. Como é uma área grande precisava de central de ar e parte elétrica diferenciada, com maior capacidade. Foi feito esse trabalho e a energia elétrica não suportou". 

"Agora fica a questão de como fica o trabalhador e como ele vai ser remanejado. E tem também a questão do cliente. Logicamente vão ser indenizados, mas o cliente não pagou pra receber indenização. Ele pagou pra receber sua encomenda em casa", destaca. "Hoje os Correios sofrem sucateamento em larga escala".

O incêndio começou por volta das 15 horas dessa terça-feira e consumiu pelo menos 90% do galpão localizado no bairro Cidade dos Funcionários. Ainda sem causa definida pelo Corpo do Bombeiros, o incidente gerou sérios danos ao prédio, causando a queda de parte do teto e de um dos portões do local.
 
Na manhã desta quarta-feira, 14, cerca de 15 homens e quatro viaturas do Corpo de Bombeiros faziam rescaldo no local. Pequenos focos de incêndio e fumaça ainda podiam ser vistos mesmo do lado de fora do Centro de Triagem. Uma equipe de engenharia também esteve no local. A imprensa foi impedida de entrar.
 
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Rocha afirma que, ainda na tarde o incêndio, o Sintect-CE foi informado pela sede nacional que um plano de ação seria divulgado nesta quarta-feira. Um grupo de funcionários que deveria trabalhar nesta manhã também estava no CTCE Fortaleza aguardando orientação.

Outras unidades

[SAIBAMAIS]Ainda conforme Avelino Rocha, outra unidade no mesmo bairro está sem energia elétrica. "Os carteiros estão lá. Estavam insistindo que eles trabalhassem mesmo sem energia. Na unidade do Centro, a parte administrativa foi embargada, mas os carteiros continuam lá sob risco de desabamento", denuncia. "No José Walter, identificamos que a laje do piso superior cedeu 5 cm. Há risco de cair". 

"São muitas agências na Região Metropolitana e no Interior sem condicionadores de ar, sem estrutura, deixando funcionários e clientes em situação insalubre", continua o representante. Avelino afirma que os problemas são recorrentes em prédios próprios dos Correios, e acontecem com menos frequência em prédios alugados, já que a manutenção não é realizada sob a mesma gestão.
 
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O que diz a empresa 
Em nota, os Correios confirmam que a ação do Corpo de Bombeiros continua durante todo o dia de hoje e que o prédio ainda não está liberado para a realização da perícia que irá determinar as causas do incêndio. 

"Os Correios estão elaborando um plano para garantir a continuidade da triagem das cargas destinadas ao Ceará. Em relação aos empregados lotados no CTCE Fortaleza, hoje eles estão sendo remanejados para unidades de distribuição da empresa", diz a nota.

Sobre "eventuais indenizações", a nota diz que "faz-se necessário aguardar os resultados das perícias técnicas que serão realizadas pelas autoridades". A empresa ainda não informou que procedimento os clientes devem realizar para garantir o ressarcimento.

Saiba mais 
O CTCE faz a triagem das cartas e encomendas que são entregues pelas unidades de distribuição dos Correios no Ceará e encaminha os objetos com destino a outras regiões. Em nota, a empresa afirmou que após levantamento da carga postal destruída, vai efetuar as devidas indenizações aos clientes. 

No momento do incêndio, apenas dois vigilantes estavam de plantão. Um deles, que estava na guarita externa, acionou o Corpo de Bombeiros por volta das 15h30min. O Sindicato afirma a quantidade de vigilantes é a mesma diariamente. O fogo só foi considerado controlado a partir das 19 horas. 
 
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