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Pele de tilápia é usada para tratar queimaduras em animais nos Estados Unidos

Técnica desenvolvida no Ceará é usada para tratar de forma eficaz e barata queimaduras
21:58 | Fev. 28, 2018
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[FOTO1]As pesquisas que utilizam a pele de tilápia para tratar queimaduras têm ganhado destaque fora do Ceará. A técnica foi exportada para o estado da Callifórnia, nos Estados Unidos, para ser usada de uma nova forma: curar queimaduras de animais que se feriram em incêndios.

O uso da pele de tilápia foi apresentada como opção ao tratamento de queimaduras, sendo 57% mais barata, menos dolorosa e com menor risco de contaminação. Veterinários do Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia (CDFW) usaram a técnica cearense para salvar a vida de dois ursos e um puma feridos em incêndio florestal no fim de dezembro.

A solução proposta pela pesquisadora da Universidade da Califórnia, Jamie Peyton, foi testar as bandagens de pele de tilápia, desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimentos de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará (UFC).

A técnica, até então, nunca havia sido testada em animais por não ser aprovada pela agência reguladora local (FDA). Graças à pele de tilápia, os animais sobreviveram.

Resgates
O primeiro animal resgatado de incêndio foi uma ursa. Encontrada no dia 9 de dezembro, estava no quintal de uma casa abandonada. A fêmea adulta de 90 quilos foi sedada e transportada até onde estava a equipe da veterinária Deana Clifford, do CDFW. Deana procurou Jamie, e a pesquisadora criou uma pomada caseira para as patas dos ursos e um processo para esterelizar as peles das tilápias.

[SAIBAMAIS]Semanas depois, foram resgatados o segundo urso e um puma - também conhecido como leão da montanha. Todos foram tratados com a pele de tilápia. A veterinária cortou peças da pele do peixe do tamanho exato dos ferimentos e suturou enquanto os animais estavam sedados.

"Nós esperávamos que as bandagens exteriores saíssem, mas tínhamos a esperança de que a tilápia fosse mantida sobre os ferimentos e servisse como pele artificail por tempo suficiente para acelerar a cicatrização", comentou Jamie Peyton ao portal O Globo.

Os ferimentos cicatrizaram em tempo abaixo do esperado e, no dia 18, as duas ursas foram devolvidas à natureza. Os animais foram liberados dentro dos limites do Parque Nacional Los Padres.

Banco de pele animal
Segundo o estudo realizado pelo NPDM, da UFC, em parceria com o Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ) e o Instituto Doutor José Frota (IJF), a utilização de pele de tilápia em detrimento do tratamento convencional, com a pomada sulfadiazina de prata, reduz em 57,48% os custos ambulatoriais na recuperação de pacientes.

A pesquisa, analisou o uso do curativo em 150 pacientes do IJF.

O banco de pele foi inaugurado, em julho de 2017, com mil unidades disponíveis à demanda do hospital e pacientes de outros estados como Goiás, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
 
Redação O POVO Online 

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