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Sem pagamento há dois meses, trabalhadores de cooperativa realizam paralisação no Hospital do Coração

Suspensão terá início na troca de plantão, às 7 horas desta sexta, 24. Paralisação do trabalho de se dá não só em protesto, mas por falta de dinheiro para o deslocamento
18:54 | Nov. 23, 2017
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Tipo Notícia
Um total de 974 profissionais da Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Saúde do Ceará (Coosaúde) decidiram, em assembleia, que vão paralisar as atividades mais uma vez. Ato de protesto será realizado a partir das 7 horas da manhã desta sexta, 24, em frente ao Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), onde trabalham. A razão da interrupção do serviço é em protesto pela falta de pagamento dos salários, mas não só. Sem receber dinheiro há dois meses, muitos profissionais afirmam não ter como arcar com os custos do deslocamento.
 
“Não é somente ‘em protesto’ que eles não vão trabalhar. Eles não tem é o dinheiro da passagem de ônibus”, avisa a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do Ceará (Sindsaúde), Marta Brandão. O Estado mantém um contrato com a cooperativa, por meio da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), de prestação de serviço na área de assistência. Os pagamentos são realizados no dia 20 de cada mês. Os vencimentos que deveriam ser recebidos no dia 20 de outubro e 20 de novembro ainda não foram depositados.
 
Os cooperados representam, segundo técnico de enfermagem Fábio Lima, 60% da mão de obra do Hospital de Messejana. Ele, que também é servidor público do Estado, e presta serviços à cooperativa, conta que muitos dos trabalhadores dormem no hospital porque não podem pagar o dinheiro da passagem para casa.
 
“O atraso constante nos pagamentos dos cooperados só evidencia o quanto é precária essa relação de trabalho”, alega Marta Brandão. Os funcionários recebem por hora trabalhada e não têm direito nem a vale transporte. “É um desrespeito absurdo com o trabalhador”, conclui. Por conta dos atrasos dos pagamentos, as cirurgias eletivas, segundo o sindicato, teriam sido suspensas.
 
A Sesa informou, por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, que as cirurgias estão sendo realizadas no Hospital de Messejana. Sobre o pagamento salarial dos cooperados da Coosaúde, a Sesa esclarece que refere-se ao serviço prestado no período de 21 de setembro a 20 de outubro. De acordo com o contrato firmado, ainda segundo a nota, a cooperativa precisa prestar contas com o Estado logo após o período do serviço prestado e, a partir da data da prestação de contas, a Sesa tem 30 dias para efetivar o pagamento. A Cooperativa deu entrada no processo de pagamento no último dia 6 de novembro de 2017.
 
A Sesa informa ainda que a descontinuidade pontual de alguns insumos médico-hospitalares deve-se a fatores que envolvem o fornecimento, como realinhamentos de preços, atrasos de entrega (em 2016 e em 2017 a Secretaria diz ter notificado vários fornecedores por esse motivo), requerimentos de troca de marca por parte dos ganhadores das licitações, além de trâmites burocráticos necessários para dar mais segurança ao processo de aquisição.
 
Redação O POVO Online 

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