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Polícia e MP alertam população sobre golpes por telefone; conheça os tipos mais comuns

Com benefícios, brindes e até fianças, golpistas enganam e extorquem vítimas. Recomendações da Polícia podem ajudar a identificar os crimes
15:12 | Nov. 28, 2017
Autor Lucas Braga
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Lucas Braga Repórter do O POVO Online
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Tipo Notícia
Grupos criminosos continuam a desenvolver e aplicar golpes por telefone, no Ceará. Em uma ligação, a extorsão à vítima pode se mostrar como a possibilidade de um prêmio, a soltura de um parente preso ou o resgate de alguém sequestrado. Os discursos são vários e buscam se aproveitar da ingenuidade ou fragilidade das vítimas. O alerta é do delegado de Defraudações e Falsificações (DDF) da Polícia Civil, Andrade Júnior. Ele ajudou O POVO Online a enumerar os principais golpes praticados no Estado.
 
 
[SAIBAMAIS] Benefício da Previdência
Identificando-se como servidor do Ministério Público, o aplicador do golpe entra em contato, por telefone, principalmente com pessoas idosas, informando a existência de um benefício a receber do Conselho Nacional de Previdência. Para a liberação, seria necessário o pagamento de valores ao Ministério Público, através de depósito de dinheiro em conta bancária. A modalidade é mais recente e vem sendo denunciada pelo MP desde o mês passado. O MP informa que nenhuma solicitação do tipo é praticada. Portanto, é golpe e deve ser denunciado à Polícia com registro de Boletim de Ocorrência (BO).
 
[FOTO1]
 
Ligação Premiada
Por mensagem de texto (SMS) ou ligação, o golpista parabeniza a vítima pelo suposto resultado de um sorteio ou premiação de empresas. O prêmio pode ser carro, moto, dinheiro ou outros. Para o recebimento, também é necessário pagar taxas ou adiantamentos via depósito ou até destinar créditos de celular a um número fornecido durante o contato. O delegado Andrade Júnior adverte que “nenhuma empresa, magazines, de telefonia ou emissoras de TV trabalham desse modo; é o início do golpe”. A recomendação dele é sempre pedir um número de telefone fixo da empresa ou endereço onde o suposto prêmio possa ser resgatado pessoalmente. 

Pseudossequestro
Informando suposto sequestro a um parente ou pessoa próxima, o contato por telefone pode parecer ainda mais real após a simulação da voz do sequestrado. O criminoso então tenta proibir o encerramento da ligação, ameaçando ferir a vítima que estaria em posse dele. Resgate é então solicitado, ainda com a ligação em curso. A indicação da Polícia é, nesse momento, ignorar as ameaças e desligar o telefone. Em seguida, acionar imediatamente o 190 informando a ocorrência.

Roubos e furtos de celulares em grandes eventos, como Villa Mix e Réveillon, podem representar a oportunidade de aplicação deste golpe. Já de posse do aparelho, o criminoso então simula o sequestro ligando para um dos números com grau de parentesco explícito na agenda, como “mãe”, “pai” ou “avó”. Por identificar a origem da chamada, a tendência é cair mais facilmente no golpe. A dica do delegado é evitar expor grau de parentesco na agenda do aparelho e manter o celular sempre travado com sequências numéricas, códigos, padrões ou, se possível, com biometria (digitais). Em caso de roubos e furtos, Andrade Jr. insiste que o BO seja registrado. “Quando a Polícia Civil recebe BO para investigação, encaminha ofício para que a operadora bloqueie o aparelho”, resume.

Resgate fácil
Vendendo habeas corpus ou fianças, o golpe pode enganar principalmente parentes de presos, “se aproveitando da fragilidade deles”. Identificando-se como promotor de Justiça ou delegado, na maior parte dos casos, o golpista oferece, a preços acessíveis, a liberdade do encarcerado. Andrade Jr. destaca que nenhum valor de fiança é solicitado para ofertar parecer favorável à soltura. “Polícia nem MP ligam para solicitar dinheiro. A comunicação de orgãos públicos de ser formal, com mandados, intimações entregues por um oficial de justiça, não por telefone”, adverte. 

Serviço
Delegacia de Defraudações e Falsificações
Endereço: Rua Professor Guilhon, 606, Bloco A – Aeroporto
Fone: (85) 3101.2505
Email: ddf@policiacivil.ce.gov.br
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas e de 13 às 18 horas

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